VIDA URBANA
Cuidar do filho é descobrir novos sentimentos
Para Marta Lúcia, o nascimento do último filho mudou a rotina de toda a família.
Publicado em 11/05/2014 às 8:00
Durante a quarta gestação da dona de casa Marta Lúcia Nascimento Lopes, de 43 anos, as dores nas pernas e na cabeça, além do inchaço no corpo alertaram para uma hipertensão, mas o que ela não sabia era que o problema com sua saúde poderia trazer consequências sérias, também para a saúde do seu bebê. A dona de casa informou que não foi orientada pelos médicos durante a gravidez de que sequelas disso poderiam aparecer em seu filho, que nasceu com hidrocefalia, uma doença neurológica perigosa, com acúmulo excessivo de fluido dentro dos ventrículos (espaços no cérebro).
Segundo ela, o nascimento do seu último filho, Wallaf Harrison Lopes, hoje com 12 anos, mudou a rotina de toda a família.
“Quando meu filho completou pouco mais de um mês, ele teve uma convulsão. Eu fiquei completamente assustada e perturbada porque não estava acostumada com aquilo. Foi então que o neurologista me explicou de que se tratava a doença. No início eu não entendia muito bem e não queria aceitar que um problema como esse pudesse acontecer com minha família”, lembrou a mãe. Acostumada a trabalhar na roça, Marta Lúcia era uma agricultora que gostava de estar sempre em contato com a natureza, que lhe oferecia os frutos do seu trabalho. Madrugar para tratar a terra já fazia parte de sua rotina, que mudou completamente depois que ela teve que se restringir as suas atividades para dentro de “quatro paredes”.
Dentro de casa, a situação foi ficando cada vez mais difícil, mas aos poucos a mãe foi percebendo que sua maior liberdade estava exatamente do seu lado. O filho de Maria Lúcia, que ainda depende de sua ajuda para continuar lutando pela vida, foi o anjo que lhe deu asas para voar por sentimentos mais fortes e desconhecidos, como a doação completa. “Como é que eu posso explicar essa descoberta? Nenhum obstáculo que a gente enfrente hoje, e não são poucos, jamais vai interferir na minha felicidade, no amor que eu tenho pela minha família, que também mudou sua rotina para priorizar o Wallaf. A única coisa que eu posso dizer é que me sinto feliz demais e que eu faria tudo novamente para dar um pouco de conforto a ele. Eu sonho em poder continuar com ele por muitos anos”, desejou a mãe.
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