VIDA URBANA
Deficientes enfrentam dificuldades nos ônibus de Campina Grande
Apesar da acessibilidade ser garantida por lei, usuários de transporte público relatam diversos problemas.
Publicado em 09/07/2017 às 16:00
Passados 13 anos da lei que determinou a adpatção da frota urbana e rodoviária de transporte coletivo para as pessoas com deficiência física, a luta por acessibilidade e mobilidade continua em Campina Grande. Para quem precisa utilizar o serviço na cidade, lidar com os elevadores dos ônibus sem funcionar ou com cintos de segurança que não seguram as cadeiras faz parte do cotidiano. Isso é o que relata a estudante Renally Vidal, de 21 anos.
Renally é cadeirante e, segundo ela, além dos problemas encontrados nos ônibus, é preciso muitas vezes contar com a ajuda de outros passageiros, uma vez que grande parte dos funcionários não ajudam na subida e na descida dos veículos. “Já caí do ônibus e bati com a cabeça no meio fio", afirmou a jovem, acrescentando que a maioria dos coletivos com elevador não funciona e muitas vezes os motoristas não param nos pontos.
“Os ônibus não possuem a acessibilidade desejada, além disso, os cintos não seguram a cadeira, ou seja, ela vai solta. As autoridades deveriam ser mais rigorosas na cobrança do cumprimento da lei", observou.
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência garante a acessibilidade como um direito proposto e legalmente reconhecido para a classe. Visando ao atendimento das normas, foi concedido um período de 10 anos de adaptação para as empresas de transporte coletivo, porém, apesar disso, nem todas cumpriram o prazo determinado.
A lei considera acessível o ônibus que tenha piso baixo e rampa de acesso ou elevador, mas, segundo o usuário Milton Lemos da Silva, de 71 anos, deficiente de uma perna e morador do bairro da Palmeira, os ônibus costumam ser muito altos, o que dificulta a subida dos passageiros que não possuem habilidade motora.
Já para a dona de casa Verônica de Lucena, mãe da cadeirante Regina Lucena, de 17 anos, o uso do transporte público deixou de ser uma opção viável por causa dos transtornos. Ela afirma que felizmente, para os afazeres diários, a jovem conta com o auxílio do pai, que possui veículo próprio e pode levá-la aos locais que ela precisa.
O que diz a STTP
De acordo com Hélder Carlos, agente de trânsito da Superintendência de Trânsito e Transporte Público (STTP), 127 ônibus de uma frota com 195 veículos, são adaptados para atender a população com deficiência.
Segundo o agente, um dos consórcios que oferece o serviço de transporte coletivo em Campina Grande possui 100% dos veículos adaptados. Já o outro, embora seja maior e mais antigo, não tem a totalidade de sua frota adaptada.
"É de interia responsabilidade do consórcio [a disponibilidade dos ônibus adaptados nas linhas] e é variável, porque se um automóvel de uma linha quebra, tem que ser substituído e como não são 100% adaptados, não é possível um controle exato dos horários. Isso só será possível com ao menos 90% da frota adaptada", explicou Hélder Carlos.
A fiscalização dos automóveis é realizada mensalmente pela equipe de vistoria. Conforme Hélder, caso haja algum problema no elevador e o conserto seja possível, é retirado o selo de adaptado do veículo e solicitada a sua substituição. Por fim, em relação aos motoristas, Hélder enfatiza que "todos são treinados, inclusive, pela empresa é obrigação contratual".
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