Delegados mantêm greve e dizem "não acreditar no Governo"

Karoline Zilah

Os delegados de Polícia Civil decidiram manter a greve que já dura 26 dias em toda a Paraíba e criticaram a atual administração estadual, afirmando que esperam uma contraproposta salarial há oito meses e, por isso, já “não acreditam no Governo”.

Após várias reuniões com secretários de Estado, a Associação de Defesa das Prerrogativas dos Delegados de Polícia Civil da Paraíba (Adepdel) alega ter o pior salário do Brasil. Os profissionais rejeitaram a proposta considerada “irrisória”, de 5% de reajuste no final de 2010 e mais 5% no final de 2011, vinculados ao resultado positivo da arrecadação fiscal para o período.

De acordo com Cláudio Lameirão, presidente da associação, os delegados esperam uma contraproposta do Governo do Estado desde fevereiro, quando suspenderam uma greve iniciada no começo do ano.

Na última rodada de negociação ocorrida na quarta-feira (11), o Estado solicitou que tanto delegados quanto policiais civis suspendessem o movimento por 60 dias. O secretário-chefe da Casa Civil, Marcelo Weick, informou que, por conta da crise econômica, é necessário estudar o impacto a ser gerado na folha de pessoal, além de respeitar os limites orçamentários, mas, principalmente os limites de gastos com pessoal.

Segundo ele, existe boa vontade de ambos os lados, inclusive dos agentes da Polícia Civil, que também estão em greve, para resolver o assunto.

“Os tópicos da Lei Orgânica que foram sugeridos alterações não foram aceitos pelos delegados, que não acreditam que o governo cumpra em 30 dias, já que decorreram oito meses do atual governo e as pretensões dos delegados não foram atendidas. O movimento tende a crescer com maior radicalização até que o governo resolva atender o pleito”, afirmou Cláudio Lameirão.

A categoria programou a realização de manifestações e piquetes nas delegacias na quarta-feira (18) em João Pessoa e na quinta (19) em Campina Grande.