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VIDA URBANA

Dengue aumenta 270%, mas Secretaria de Saúde diz que não há epidemia

Secretaria alerta os paraibanos que procurem unidades básicas de saúde, aos primeiros sintomas, facilitando a identificação e o tratamento de casos graves e, consequentemente, as mortes.

Publicado em 12/08/2010 às 18:50

Da Redação
Com Secom-PB

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) registrou, até a 30ª semana epidemiológica deste ano (que terminou em 31 de julho), 2.303 casos confirmados de dengue, com 18 ocorrências de febre hemorrágica. Os dados estão no boletim divulgado nesta quinta-feira (12), pela Gerência de Vigilância em Saúde (Gevs). A análise dos dados mostra que aconteceram 1.681 casos a mais do que o registrado no mesmo período de 2009, representando um aumento de 270,3 %.

No entanto, o diagrama de controle da dengue no Estado não aponta uma epidemia da doença em 2010. Mesmo assim, a SES alerta os paraibanos que procurem as unidades básicas de saúde, aos primeiros sintomas, facilitando a identificação e o tratamento de casos graves e, consequentemente, as mortes.

A chefe do Núcleo de Doenças Transmissíveis por Vetores da Gevs/SES, Gisele Aversari, lembrou que o percentual de aumento dos casos de dengue, este ano, só foi tão expressivo, porque a comparação foi feita com base no ano passado, quando houve uma redução acentuada dos registros.

“Em 2008, a Paraíba registrou 8.385 casos de dengue. No ano seguinte, foram apenas 954 casos, uma redução de 88,62%, de um ano para o outro. Por isso, apesar do aumento de 270%, este ano, ainda nos sentimos confortáveis ao dizer que a dengue está sob controle. Mas isso não é motivo para descuido, pois a doença mata e isso acontece por causa da evolução de alguns casos para formas graves da doença”, explicou.

Dos casos confirmados 863 (37,48%) foram por critério laboratorial e 1.440 (62,53%) por critério clínico epidemiológico. Os casos de febre hemorrágica da dengue (FHD) foram notificados nos municípios de Areial (1 caso), Campina Grande (1), Brejo dos Santos (2), João Pessoa (7), Paulista (1), Cabedelo (3), São José de Espinharas (2) e Catolé do Rocha (1). Dois óbitos por FHD ocorreram no município de João Pessoa, um em Areial e um em Campina Grande.

Maior risco de adoecer

Ainda de acordo com o boletim, até agora, a transmissão da dengue ocorreu em 101 municípios paraibanos, mas 71,12% dos casos estão concentrados em apenas 10 municípios: João Pessoa, Uiraúna, Catolé do Rocha, Brejo dos Santos, Campina Grande, Bom Sucesso, São José de Piranhas, Cabedelo, Pirpirituba e Manaíra. Além de registrarem o maior número de casos, estes municípios também registram as maiores taxas de incidência da doença, ou seja, as pessoas que moram neles têm maior risco de adoecer.

Brejo dos Santos tem 170 casos e uma incidência de 2.844,78, por 100 mil habitantes (a maior do Estado). Bom Sucesso registrou 95 casos, mas detém a segunda maior taxa de incidência: 1.792,79/100 mil habitantes. Em seguida aparecem Uiraúna, com 255 casos (1.704,20/100.000 hab.); Santarém, com 37 (1.347,91); São José de Espinharas, com 51 (1.011,30/100.000 hab.); Catolé do Rocha, com 239 casos (839,54/100.00 hab.) e Damião 41 casos (820,49/100.000 hab.). Dos 10 municípios com maior risco de adoecer, João Pessoa aparece com o maior número de casos absolutos (442), mas uma incidência de 62,94 por 100 mil habitantes.

Crianças em risco

De acordo com os dados do Sistema Nacional de Notificação de Agravos – Sinam, a faixa etária mais atingida é o adulto jovem, de 20 a 29 anos, mas quem apresenta o maior risco de adoecer é a criança menor de 1 ano de idade, com coeficiente de incidência de 101 por 100.000 habitantes. As atividades de monitoramento da circulação do vírus da dengue, realizadas pela SES no Estado, demonstram a circulação dos sorotipos DEN-1 e DEN-2, sendo que a presença do sorotipo 1 ocorre em maior proporção.

Para saber se um ano é epidêmico ou não, é usada uma ferramenta estratégica da vigilância epidemiológica chamada de diagrama de controle, que é construído com base nos números de casos registrados, por semana epidemiológica, nos últimos dez anos, eliminando os períodos epidêmicos. Com base neste diagrama, a equipe da Gevs registra no boletim: “Observou-se uma maior incidência da doença entre a 17ª até a 20ª semana epidemiológica, que não ultrapassa a média e o limite máximo esperado, caracterizando-se um ano ‘não epidêmico’, com incidência decrescente, a partir da 23ª semana epidemiológica”.

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Jornal da Paraíba

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