VIDA URBANA
Desperdício e furto geram prejuízo de R$ 210 milhões a consumidores
Concessionárias não costumam informar, mas a maioria dos usuários vem pagando na conta de água, luz e transporte coletivo um percentual sem nunca ter consumido.
Publicado em 24/05/2009 às 7:58
Jean Gregório
Do Jornal da Paraíba
O desperdício, o furto e a gratuidade custam caro aos consumidores paraibanos que pagam em dia os serviços públicos essenciais. As concessionárias não costumam informar, mas a maioria dos usuários vem pagando na conta de água, luz e transporte coletivo um percentual sem nunca ter consumido.
Os preços finais trazem embutidos para todos os consumidores os custos do desperdício e das ligações clandestinas da água, do furto e perda de energia elétrica, chamado popularmente de “gato”, e também das milhares passagens gratuitas de ônibus (efeito passe livre) concedidas pelas empresas de transporte coletivo aos funcionários de diversas instituições e empresas. A estimativa é que somente com as perdas dos três serviços sejam repassados anualmente aos consumidores mais de R$ 210 milhões sem aviso prévio.
A conta de energia elétrica dos paraibanos poderia ser bem menos salgada para os consumidores honestos, caso os 295 gigawatts não fossem desviados todos os anos. Com ajuda de engenheiros e técnicos em eletrônica foi possível fazer um cálculo estimado do valor aproximado desse prejuízo que é repassado na conta todos os meses dos usuários pela Energisa.
Mesmo levando em consideração que 70% dos mais de 1,2 milhão de consumidores são de baixa renda, segundo a Energisa, e pagam uma tarifa reduzida, a conta anual do “gato” assusta: mais de R$ 70 milhões (sem incluir tributos). O montante é tão significativo que chegou a ser mais alto que o lucro líquido de R$ 66,5 milhões no primeiro trimestre de 2009 das cinco empresas do Grupo Energisa, que apresentou alta de 42,1%, de acordo com dados divulgados pelo boletim do grupo.
Segundo a assessoria da Energisa, somente com o volume desviado ilegalmente (295 Gwh) daria para abastecer 310 mil casas, o que equivale ao consumo de uma cidade como João Pessoa por quatro meses, ou simplesmente suprir a área da Energisa Borborema (Campina Grande e mais cinco cidades circunvizinhas).
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