VIDA URBANA
Detran suspende atividade de cinco autoescolas acusadas de fraude
Esse é mais um desenrolar da Operação Medusa que desarticulou esquema de fraude na emissão de carteiras de habilitação. Atividades estão suspensas por 30 dias.
Publicado em 11/05/2011 às 11:24
Jhonathan Oliveira
O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) decidiu suspender preventivamente as atividades das cinco autoescolas de Campina Grande envolvidas no esquema de vendas de carteira de habilitação desmontado pela operação Medusa. Nesta quarta-feira (11), o Diário Oficial do Estado publica portarias determinado o descredenciamento das mesmas por um período de 30 dias.
A operação Medusa foi deflagrada na última quinta-feira (5) e na ocasião foram presas 15 pessoas entre elas funcionários do Detran e os cinco proprietários das autoescolas. Todos foram libertados na manhã desta terça-feira (10) após o término do prazo, de cinco dias, da prisão temporária.
Com a publicação das portarias nesta quarta-feira ficam proibidas de funcionar as seguintes autoescolas: VIP , Sinal Verde, Santo André, São José e Bandeirantes. O Detran também decidiu formar uma comissão especial de sindicância para investigar o envolvimento das autoescolas no esquema de vendas de carteira. A comissão será presidida pelo delegado Wallber Virgolino, corregedor do Detran.
O Detran ainda decidiu instaurar dois processos administrativos para apurar as infrações atribuídas aos psicólogos Marcelo Santiago Falconi e Severino Nery Pessoa, ambos presos na operação Medusa.
Como funcionava o esquema
As investigações que desmontaram o esquema duraram cinco meses e foram conduzidas pelo delegado Wallber Virgolino em parceria com o Ministério Público Estadual. Estima-se que 100 mil carteiras de habilitação tenham sido expedidas ilegalmente nos últimos 12 meses. Dentro deste esquema, os documentos eram vendidos por R$ 1,5 mil, o que acumularia um prejuízo de R$ 150 milhões.
Os investigadores também detectaram que cerca de 40 pessoas atuam na emissão de carteiras nacionais de habilitação (CNH) de forma fraudulenta, beneficiando analfabetos e até para pessoas de outros estados que sequer precisaram vir à Paraíba para se submeter às provas exigidas.
Entre os 'clientes' havia pessoas de Pernambuco, do Rio Grande do Norte e até do Rio de Janeiro. Algumas residentes no bairro de Botafogo, na Capital, e na cidade vizinha Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Para dificultar o rastreamento de irregularidades por parte do Detran e da polícia, os fraudadores forneciam ao Detran endereços de zonas rurais de municípios paraibanos, como Umbuzeiro, Boqueirão, Cabeceiras, Lagoa Seca, Lagoa de Roça e Princesa Isabel.
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