VIDA URBANA
Dilma defende 'remédios amargos' contra a crise
Presidente admitiu que políticas adotadas em seu primeiro mandato contribuíram para as dificuldades atuais.
Publicado em 08/09/2015 às 8:11
A presidente Dilma Rousseff disse ontem que as dificuldades econômicas que o país enfrenta obrigaram o governo a administrar "remédios amargos" e exigem que as forças políticas ponham de lado "interesses individuais ou partidários".
Em pronunciamento divulgado nas redes sociais da internet para celebrar o Sete de Setembro, a presidente admitiu que políticas adotadas em seu primeiro mandato contribuíram para as dificuldades atuais, mas disse que seu objetivo era preservar empregos e investimentos. "As dificuldades e os desafios resultam de um longo período em que o governo entendeu que deveria gastar o que fosse preciso para garantir o emprego e a renda do trabalhador, a continuidade dos investimentos e dos programas sociais", disse. "Agora, temos que reavaliar todas essas medidas e reduzir as que devem ser reduzidas."
Ela defendeu as medidas de austeridade adotadas pelo governo, que incluíram cortes de despesas e aumento das taxas de juros, como necessárias para conter a inflação e recuperar a economia. "Se cometemos erros, e isso é possível, vamos superá-los e seguir em frente", afirmou. "Alguns remédios para essa situação, é verdade, são amargos, mas são indispensáveis".
"As medidas que estamos adotando são necessárias para botar a casa em ordem, reduzir a inflação, por exemplo, nos fortalecer diante do mundo e conduzir o mais breve possível o Brasil à retomada do crescimento", acrescentou.
Dilma defendeu o "esforço de todos" para superar a crise. "A união em torno dos interesses de nosso país e de nosso povo é a força capaz de nos conduzir nessa travessia", disse. "Devemos nesta hora estar acima das diferenças menores, colocando em segundo plano os interesses individuais ou partidários."
A presidente se disse "preparada" para "conduzir o Brasil no caminho de um novo ciclo de desenvolvimento", retomando o discurso que adotou na campanha eleitoral do ano passado, e disse que não haverá "recuos" nem "retrocessos".
"Nenhuma dificuldade me fará abrir mão da alma e do caráter do meu governo", afirmou. "A alma e o caráter do meu governo é assegurar, neste país de grande diversidade, oportunidades iguais para nossa população, sem recuos, sem retrocessos."
Refugiados
No pronunciamento ainda para redes sociais, a presidenta Dilma declarou que, mesmo o país vivendo em momento de dificuldades, o Brasil está “de braços abertos” para receber refugiados. A presidenta mencionou o garoto sírio Aylan Kurdi, 3 anos, que se afogou após tentar fazer a travessia por mar para a Turquia com a família. Segundo Dilma, a imagem do menino morto em uma praia “comoveu a todos e deixou um desafio para o mundo”. “Mesmo em momentos de dificuldade, de crise como estamos passando, teremos nossos braços abertos para acolher os refugiados. Aproveito para reiterar a disposição do governo para receber os que, expulsos de suas pátrias, para aqui queiram vir viver, trabalhar e contribuir para a prosperidade e a paz do Brasil”, declarou a presidente.
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