VIDA URBANA
Direção de hospital afasta equipe flagrada negociando cirurgias
Médico e enfermeira vão responder a sindicância administrativa após denúncia da TV Paraíba sobre 'venda' de cirurgias que deveriam ser cobertas pelo SUS.
Publicado em 10/03/2011 às 11:19
Karoline Zilah
Com Secom-PB
A diretoria do Hospital Regional de Campina Grande determinou o afastamento de dois servidores flagrados negociando preços por cirurgias que são garantidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o diretor Geraldo Antônio Medeiros, o médico e a enfermeira denunciados na reportagem da TV Paraíba responderão a uma sindicância administrativa. Caso a prática fique comprovada, eles serão demitidos. (assista no vídeo ao lado)
Conforme as imagens, captadas durante três meses de investigações da TV, os envolvidos são o médico ortopedista Godofredo Borborema e a técnica em Enfermagem Maria José Jordão.
Eles chegavam a cobrar até R$ 2,2 mil para fazer os pacientes 'furarem fila', agilizando cirurgias nas dependências do Hospital Regional. Mesmo embolsando dinheiro por fora, o médico ainda era pago pelo SUS pelo mesmo procedimento.
A equipe de reportagem ainda procurou o médico antes de veicular a matéria para que ele pudesse responder às acusações, mas recebeu a informação de que ele estaria viajando.
Segundo Geraldo Medeiros, a direção do hospital não era conivente com o esquema fraudulento, e já estava investigando o caso. Os dois acusados são prestadores de serviço. No caso de Godofredo Borborema, ele foi selecionado para trabalhar no Regional pela Cooperativa dos Ortopedistas de Campina Grande, que tem contrato firmado com o hospital.
“Só temos a lamentar que fatos dessa natureza aconteçam aqui no Hospital, mas tranquilizamos a população de que todas as providências já estão sendo tomadas”, disse Geraldo Medeiros.
Repercussão
O Conselho Municipal de Saúde de Campina Grande diz acreditar na existência de uma quadrilha que atue da mesma forma em outros hospitais da cidade. "Toda a classe que trabalha com saúde tinham conhecimento do fato que foi divulgado ontem, mas infelizmente ninguém nunca teve coragem de divulgar", comentou o presidente do Conselho, Sílvio Alves.
A promtoroa de Justiça Adriana Amorim, curadora da Saúde de Campina Grande, lamentou o fato e condenou a prática. O Ministério Público também está acompanhando o caso. Ela pediu que os pacientes que sejam submetidos a esta situação façam denúncias para que as condutas inadequadas sejam apuradas.
O representante do Conselho Regional de Medicina em Campina Grande disse que o órgão também vai abrir uma sindicância e convocar os envolvidos para prestar esclarecimentos. As punições podem variar desde a suspensão do médico até o seu descredenciamento.
Atualizada às 12h14
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