Diretor para o IEP será escolhido em novembro; protestos continuam

Inaê Teles

A assessoria da Secretaria de Estado da Educação informou que na primeira quinzena de novembro serão realizadas as eleições para escolha do novo diretor, e vice-diretor, do Instituto da Educação da Paraíba (IEP). Nesta segunda-feira (4) os alunos da instituição protestaram pela permanência da diretora Francisca Vanilda, que talvez não participe das eleições.

Ela foi eleita em dezembro, mas o pleito foi invalidado após a Comissão das Eleições constatar irregularidades na votação. Os alunos fecharam uma das vias da avenida Camilo de Holanda no Centro de João Pessoa. Viaturas da polícia e do Samu estiveram no local.

Nesta terça, os protestos continuam. Alunos fazem movimentação dentro da escola impedindo que as aulas acontecessem. A situação chegou a ficar tensa em alguns momentos da manhã, quando estudantes entraram em conflito com alguns profesores e até com outros alunos que queriam assistir às aulas.

A Comissão das Eleições, que é formada por membros do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado da Paraíba (Sintep), Associação de Professores em Licenciatura Plena (APLP) e a Secretaria de Educação, anulou as eleições de novembro de 2010, quando Francisca venceu com 85% dos votos. De acordo com a Assessoria, as urnas deveriam ter sido fechadas às 22h e não às 20h. A chapa da oposição se sentiu prejudicada e entrou com um processo.

Os funcionários do IEP que participaram do pleito, informaram que o horário já tinha sido consenso entre os eleitores. “As duas chapas, os professores e os alunos concordaram com a mudança no horário. Aqui fica perigoso após às 20h”, disse uma funcionária.

Por enquanto, Francisca Vanilda, permane no cargo até a publicação no Diário Oficial. Uma técnica da Secretaria foi designada para acompanhar a gestão na escola, até que sejam realizadas novas eleições.

Indecisão

Francisca Vanilda conversou com a reportagem do Paraíba1 e disse estar indecisa sobre sua participação nas eleições. “Estou decepcionada porque não esperava isto. Os alunos não mereciam isto. Estou magoada e decepcionada com os professores da chapa contrária".

"Fique muito magoada com a polícia. Os alunos passaram mal e precisaram até de balão de oxigênio", lamentou.

Sobre o protesto, Francisca contou que quando chegou no IEP os alunos já estavam tinham interditado uma via da avenida. "Eu tirei as cadeiras da ruas para acabar com o movimento".

Secretaria de Educação

A assessoria enviou uma nota sobre o caso. Confira um trecho:

A Secretaria da Educação reconhece o direito do voto dos alunos, mas está cumprindo com o que determina a lei eleitoral, constante no parecer da Comissão. De acordo com a Comissão, nas escolas que funcionam nos três turnos, como é o caso do IEP as eleições deverão ocorrer das 8h às 22h, possibilitando que todos os estudantes participem do pleito.

“Nós esclarecemos que não estamos destituindo a atual diretora do seu cargo. A diretora continua à frente da escola. A secretaria apenas designou uma técnica para acompanhar a gerência da unidade até que as novas eleições aconteçam, tal qual determinou a Comissão das Eleições”, explicou a secretária executiva da Educação, Márcia Lucena.

Sindicância

Sobro o tumulto provocado na frente da escola, a Assessoria garantiu não foi causado pela Secretaria da Educação.

“O Governo do Estado repudia qualquer tipo de truculência contra os estudantes. Não é essa a postura da gestão liderada pelo governador Ricardo Coutinho. Por isso, a atitude dos policiais está sendo apurada através de uma sindicância aberta pelo Comando da Polícia Militar. Nós compreendemos a importância de que tais manifestações sejam realizadas com ordem e respeito por parte de todos envolvidos”, comentou a secretária executiva.

Atualizada às 12h40