VIDA URBANA
Divórcio acontece mais cedo
Censo 2010 revela que, entre 2006 e 2010, 64 casais se separaram antes de completar 2 anos de união.
Publicado em 15/07/2012 às 16:02
O casamento continua sendo uma instituição sagrada para os religiosos e uma decisão importante para os apaixonados, pois é visto como uma prova de amor. Juntar as escovas de dentes ou dividir a mesma cama, continua sendo um sonho para muitos casais. Acontece que o 'conto de fadas' está se desfazendo cada vez mais cedo. Antes de chegar ao divórcio propriamente dito, os casais têm procurado cada vez mais cedo os consultórios terapêuticos.
Essa realidade é observada pela psicóloga clínica Karina Simões. Ela diz que tem crescido a busca e demanda de casais jovens, recém-casados, pela ajuda psicológica, na esperança de salvar o casamento, que muitas vezes entra em crise por coisas simples e repetitivas, como quando um dos parceiros esquece uma data importante, por exemplo. O que parece simples para um, tem um grande significado para o outro. E aí começa a confusão.
Na avaliação da psicóloga, a procura pela terapia é consequência da falta de maturidade emocional de ambos. “Muitos casais hoje não sabem lidar com a renúncia e as frustrações do estar a dois”, destaca. Segundo Karina, a frustração faz parte da relação a dois, “mas não fomos preparados para perder e renunciar”. Ela lembra que o individualismo tem que existir na medida certa para que um casamento sobreviva e tenha longevidade. “Mas é importante dizer que não há regras, cada casal terá sua regra interna própria”, frisa.
No consultório, revela Karina, há casais com quatro meses de união, com 11 meses, com um ano. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao Censo 2010, mostram que, de 2006 a 2010, o número de casais que se divorciaram no Estado, com menos de dois anos de união, saltou de 33 para 64. Entre os casais casados há menos de três anos, o número de divórcios subiu de 108, em 2006, para 137, em 2010.
Conforme a psicóloga, antes dos três anos os casais enfrentam muitas crises, dentre as quais a adaptação de morar juntos. “Com a cultura e educação distintas, os conflitos vêm”, explica. Daí então passa-se o período de três a quatro anos. Se conseguiram sobreviver, ótimo. Agora é que vão começar a viver o lado bom do casamento.
A nova crise chega com os sete anos de união ou a chegada do primeiro filho. “O nascimento de um filho, geralmente, representa uma crise frequente nos casamentos, pois há um abismo e afastamento entre marido e mulher, que se tornam pai e mãe. “Depois dessa fase, se sobreviveram, buscam ajuda por volta dos 15 anos ou até mesmo quando uma nova crise se instala, tipo uma traição, por exemplo”, ressalta.
Comentários