VIDA URBANA
DNA deve coibir tráfico de crianças na Paraíba
Projeto inovador parte de uma ideia relativamente simples de formação de um 'cadastro genético'.
Publicado em 23/09/2012 às 6:00
Uma nova 'arma' contra o tráfico internacional de crianças promete revolucionar as investigações criminais na Paraíba. O Estado será o primeiro do país a criar um banco de dados genético elaborado em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública, Ministério Público, órgãos estatais e entidades filantrópicas com apoio do projeto DNA-Prokids.
O programa iniciado há oito anos pelo pesquisador espanhol José Antonio Lorente, diretor do Laboratório de Identificação Genética da Universidade de Granada, deverá ser implementado na Paraíba até o fim deste ano.
O projeto inovador parte de uma ideia relativamente simples de formação de um 'cadastro genético', cujos desdobramentos podem ajudar a evitar ou investigar os crimes de sequestro, tráfico internacional e adoção ilegal de crianças. O banco de dados contém informações genéticas de crianças recém-nascidas até adolescentes de 18 anos, partindo já do momento em que a ocorrência de desaparecimento é registrada na Polícia Civil.
O material é então encaminhado para o setor de coleta do laboratório de DNA do Instituto de Polícia Científica (IPC), onde fará parte de um sistema de busca em cadastro com outras pessoas desaparecidas. Caso necessário, estas informações podem ser expandidas e acessadas com os demais bancos de dados. “Vamos clipar as informações com as demais nos bancos de dados, sem custo nenhum, só temos a ganhar”, afirmou a doutoranda em genética forense e diretora do DNA-Prokids Paraíba, Silvana Magna.
O projeto já foi implementado em 15 países e o DNA-Prokids Paraíba já foi aprovado pela Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (SEDS).
Um 'Núcleo de Desaparecidos' também deverá ser criado dentro da Delegacia Especializada de Homicídios, inicialmente em João Pessoa, ainda sem prazo para início.
Criador do banco de dados, o geneticista José Lorente aposta no DNA como ferramenta para identificar crianças em situação de risco. Todo o apoio tecnológico, logístico e de equipamentos será fornecido pela Universidade de Granada, na Espanha, sem custos para a Paraíba.
“Nós apenas ajudamos e damos apoio aos países para criar e gerar esses bancos de dados. Oferecemos a tecnologia para que sejam gerados. A Paraíba é o Estado mais avançado para o funcionamento do DNA-Prokids no Brasil. Já mantivemos contatos com São Paulo e outros Estados, além de Brasília. O começo do programa está pendente de uma visita minha à Paraíba, temos muito interesse e esperança que possa acontecer o mais cedo possível”, afirmou José Lorente.
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