Dom Aldo incentiva o perdão ao próximo

O sinal da humildade de Jesus Cristo foi relembrado na Missa de Lava-Pés, celebrada no final da tarde de ontem, na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa, e Nossa Senhora da Conceição, em Campina Grande. Para os católicos, o rito inicia o Tríduo Pascal e relembra o calvário de Jesus Cristo.

Na capital, dezenas de fiéis acompanharam a missa celebrada pelo arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, que chamou a atenção das famílias e, em especial dos jovens, à celebrar a comunhão com o Pai e a partilha do amor e perdão ao próximo.

“Nesta Santa Ceia existe uma ligação profunda entre a mesa do Senhor e a de nossas casas. Então, vamos nos corresponsabilizar para trazer o pão para nossas casas, mas também repartir com os outros. Tratar o próximo como pessoa, onde Deus mora e assim construir uma sociedade melhor e menos negativista”, disse.

Após a pregação, dom Aldo repetiu os gestos de Cristo e vestiu-se com uma roupa de serviço para lavar e beijar os pés de doze pessoas, em sua maioria jovens, que representavam grupos e movimentos da juventude de várias paróquias da capital. Antes do rito simbólico, o arcebispo lembrou novamente os cristãos sobre a importância do perdão e respeito ao próximo para diminuir a violência. “Que nós não guardemos mágoas, desconsideração, preconceitos ou repitamos gestos de violência. Cada vez que oportunizarmos uns aos outros, estamos sendo sacerdotes”, destacou.

Em Campina Grande, a celebração foi presidida por dom Manoel Delson, que também lavou os pés de jovens representantes do movimento Encontro de Jovens com Cristo (EJC) da Catedral Nossa Senhora da Conceição. Em sua homilia, dom Delson falou sobre o mistério do amor de Deus por seus filhos e ressaltou a grandiosidade da encarnação do Pai, através de Jesus.

“Jesus, com seus exemplos de humildade e respeito às leis de Deus, nos mostrou como devemos amar uns aos outros. O seu gesto de lavar os pés dos apóstolos nos ensina de que em momento algum devemos nos colocar como superiores a ninguém e nos chama a atenção para o fato de que necessitamos ser humildes e lavarmos os pés uns dos outros, na caridade, no amor, na justiça, na dignidade, sem deixar de acolhermos os mais pobres, os esquecidos, os abandonados”, ressaltou.

Além do rito do Lava-Pés, a celebração também relembrou a Santa Ceia, que para os católicos representa a instituição da eucaristia. Remetendo ao ato de Jesus, dom Delson destacou que a eucaristia é o memorial da paixão, morte e ressurreição de Cristo.

SANTOS ÓLEOS RECEBEM A BENÇÃO

Com a Catedral Basílica Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa, lotada de fiéis, o arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto, presidiu a Missa dos Santos Óleos, na manhã de ontem, celebrada para ungir e abençoar os óleos usados no decorrer do ano em eucaristias batismais, unção dos enfermos e na crisma.

Após a proclamação do Evangelho (Lucas 4, 16-21), que mostra uma leitura do livro de Isaías, feita por Jesus, em Nazaré, e que dizia: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor", dom Aldo fez a homilia, enfatizando a fase de purificação da Igreja, que “não deve ficar presa a devocionismos, mas a atividades de promoção humana e inclusão social”, além de outros assuntos que envolvem a Igreja.
“Que a esperança seja reafirmada porque é fiel quem fez a promessa. Animemos mais ao ver o dia do senhor se aproximar”, ressaltou dom Aldo.

O rito da bênção dos óleos dos enfermos, dos catecúmenos e da consagração do crisma, inserido na celebração eucarística, depois da homilia e da renovação das promessas sacerdotais, sublinha o ministério da Igreja como sacramento global do Cristo, que santifica todas as realidades e situações da vida, segundo anunciou o arcebispo.

EM CAMPINA

Na Catedral de Nossa Senhora da Conceição, Campina Grande, a celebração da Missa dos Santos Óleos foi iniciada às 8h30 e ministrada pelo bispo diocesano da cidade, dom Manoel Delson. A igreja foi lotada pelos fiéis que desde o último domingo (Domingo de Ramos) iniciaram a exaltação da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Hoje as atividades continuarão, iniciando com a Celebração Penitencial na Catedral, às 11h.

Conforme o bispo diocesano, o povo é ungido com os santos óleos e quem escolhe seguir a Palavra de Deus tem a missão de repassá-la para os demais, fazendo com ela cresça e modifique a realidade.

“Nós somos ungidos para sermos um povo sacerdotal. Quando a palavra de Deus se encarna nas nossas vidas, vemos ela crescendo dentro de nós e essa força poderosa se transforma nas nossas atitudes do dia a dia. A unção com o santos óleos é quem dá o caráter do povo sacerdotal, que tem a missão de levar ao povo a Palavra divina. Amanhã (hoje) é celebrada a morte de Jesus Cristo, que morreu porque o mundo não entendeu sua Palavra e nós sabemos que o Cristianismo ainda passa pelo crivo da cruz e que mesmo com as dificuldades devemos nos manter fiéis à Palavra, que transforma a vida das pessoas e a realidade”, disse dom Delson.

Hoje à tarde também haverá a Celebração da Paixão do Senhor, ministrada por dom Manoel Delson. Às 16h haverá a Procissão com a imagem do 'Senhor Morto' (pelas principais ruas do Centro da cidade). (Jaine Alves/Isabela Alencar)