VIDA URBANA
Greve dos Correios: Consumidor precisa ir a agências para tentar receber objetos enviados
Sindicato diz que acesso a objetos vai ser difícil e Procon diz que responsabilidade é da empresa.
Publicado em 12/03/2018 às 11:13 | Atualizado em 12/03/2018 às 17:51
Durante o período de greve dos Correios, iniciada nesta segunda-feira (12), quem desejar receber sua correspondência tem a opção de ir até a agência do serviço na sua cidade para buscar o objeto. Cerca de 30% das agências do estado devem funcionar durante a greve para atender a população, mas o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos da Paraíba (Sintect-PB), Husman Tavares acredita não ser possível localizar a mercadoria do consumidor durante este período. O Procon, no entanto, orienta que a responsabilidade pela entrega do objeto é da empresa.
De acordo com Husman, um dos principais motivos dos funcionários paralisarem as atividades, é justamente devido às correspondências que ainda não foram entregues no estado por falta de profissionais da categoria. Para ele, não será a greve que irá atrasar as correspondências. "O contingente é muito pequeno e o serviço é muito. Temos menos funcionários do que tínhamos há 15 anos. O que vai atrasar as mercadorias é a falta de funcionários", diz.
"Teoricamente a população pode ir até a agência, mas na prática não será possível ele ter a mercadoria. Porque se todo contingente não dá conta das entregas, imagine meia dúzia que esteja trabalhando neste período", afirma. "Podem vir, mas eles não irão localizar, não tem como realizar a entrega", conclui.
Já para o secretário de Proteção de Defesa do Consumidor (Procon-JP), Helton Renê, a greve não exime a responsabilidade dos Correios sobre a mercadoria do consumidor. "Independente da greve, eles tem que se reinventar para trazer qualidade ao cliente que não tem nada a ver com a história. Se o cliente paga pelos serviços, tem a prestação de pagamentos, então é de responsabilidade dos correios de qualquer forma", afirma.
Segundo os Correios na Paraíba, um balanço da situação do atendimento ao público deve ser publicado ainda nesta segunda-feira.
Boletos para pagamentos
Em relação aos boletos de pagamento, o secretário do Procon-JP alerta para que os clientes entrem em contato com os credores para se informar quais são os caminhos alternativos de pagamento das faturas, para que desta forma ele não dependa exclusivamente dos Correios e não tenha que realizar pagamentos com juros. "Caso o devedor encontre dificuldades por conta dos credores, aí sim eles devem procurar o Procon para tentarmos resolver a situação deles, caso seja necessário", diz.
Reivindicações dos funcionários dos Correios
De acordo com o presidente do SINTECT-PB, Husman Tavares, a greve deflagrada nesta segunda-feira (12) é devido as atitudes do Governo Federal em relação ao órgão:
- Falta de funcionários e grande demanda;
- Retirada do plano de saúde;
- Fechamento de 2 mil agências;
- Privatização dos Correios.
Notificação do Procon-JP
A Secretaria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-JP) está notificando a Gerência Regional dos Correios e Telégrafos sobre medidas que garantam aos consumidores pessoenses um mínimo de prejuízo durante a paralisação dos funcionários da ECT.
O secretário Helton Renê explica que a notificação é necessária devido ao serviço que é prestado por instituições como os Correios, que atinge diretamente aos consumidores, causando problemas em seu dia a dia. “Questões como a entrega de boletos, faturas e encomendas consideradas urgentes, a exemplo de medicamentos, devem ser consideradas durante o período de paralisação dos funcionários da ECT, uma forma de reduzir os prejuízos ao consumidor, advindos do movimento”. O titular do Procon-JP salienta que, quando se trata de movimentos em instituições como a dos Correios, dos bancos e dos ônibus, o consumidor é sempre o mais penalizado.
Nota dos Correios
O Correios divulgou nesta segunda-feira (12) uma nota falando a respeito da greve dos funcionários. De acordo com a nota, a paralisação dos servidores 'serve apenas para agravar ainda mais a situação delicada pela qual passam os Correios e afeta não apenas a empresa, mas também os próprios empregados'. A nota oficial também afirmou que "entende o movimento atual como injustificado e ilegal".
A nota ainda esclarece que o plano de saúde, uma das principais pautas de reivindicação dos trabalhadores, foi discutido com as representações dos trabalhadores, "após diversas tentativas sem sucesso, a forma de custeio do plano de saúde dos Correios segue, agora, para julgamento pelo TST. A empresa aguarda uma decisão conclusiva por parte daquele tribunal para tomar as medidas necessárias, mas ressalta que já não consegue sustentar as condições do plano, concedidas no auge do monopólio, quando os Correios tinham capacidade financeira para arcar com esses custos", diz a nota.
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