VIDA URBANA
Ebola: PB sem barreira sanitária
Mesmo em alerta contra o vírus, Secretaria de Saúde do Estado diz que não existe orientação para quem desejar viajar para a África
Publicado em 24/08/2014 às 8:00 | Atualizado em 11/03/2024 às 10:53
Apesar da preocupação mundial devido ao grande surto do Ebola na África, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) não determinou nenhuma orientação para paraibanos que desejem viajar para esse continente. Da mesma forma, não há barreira sanitária para impedir a entrada do vírus na Paraíba. As informações são do Núcleo de Resposta Rápida da SES, que afirmou que o motivo para isso é a pouca probabilidade da entrada do vírus no Estado.
A doença do vírus ebola, de acordo com informações do Ministério da Saúde, é grave e com uma taxa de letalidade que pode chegar aos 90%. Ela é uma doença que foi identificada pela primeira vez no ano de 1976 em dois surtos simultâneos: um em uma aldeia perto do rio Ebola, na República Democrática do Congo, e outro em uma área remota do Sudão.
A origem do vírus é desconhecida, mas os morcegos frugívoros (Pteropodidae) são considerados os hospedeiros prováveis da doença.
A transmissão do vírus acontece por meio de contato direto com o sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos corporais de animais ou pessoas infectadas. A infecção também pode ocorrer se a pele ou membranas mucosas de uma pessoa saudável entrarem em contato com objetos contaminados com fluidos infecciosos de um paciente com Ebola, como roupa suja, roupa de cama ou agulhas usadas. Essas são as únicas formas de contágio, que só acontecem em casos de pessoas que já tenham começado a apresentar os sintomas, tendo em vista que, quando o vírus está incubado – período que dura de um a 21 dias -, não acontece a transmissão. O diagnóstico da doença, por sua vez, é feito apenas por meio de exames laboratoriais.
Atualmente, a Libéria, Serra Leoa e Guiné passam por surtos da doença e, hoje, já são contabilizados 1.350 casos de mortes devido à doença em países do Oeste da África. Entre os dias 17 e 18 de agosto, foram registrados mais 221 casos da doença e seis mortes. Até agora, 396 pessoas morreram na Guiné, 576 na Libéria, quatro na Nigéria e 374 em Serra Leoa. Em nota, o MS informou que não há nenhum caso suspeito ou confirmado da doença no Brasil, segundo informações da Agência Brasil.
De acordo com a chefe do Núcleo de Resposta Rápida da SES, Diana Pinto, apesar desse elevado número de mortes e dessa preocupação mundial em torno do problema, essa não é uma doença nova e, no Estado, não há exatamente com o que se preocupar. “A probabilidade da chegada do vírus ao país é remota porque não se trata de uma gripe, não se pega no ar e nem ao se encostar na pessoa do lado”, explicou.
Segundo Diana, o Ministério da Saúde não repassou nenhuma orientação específica para os Estados, determinando possíveis campanhas a serem feitas em aeroportos, suspensões de viagens para a África ou uma barreira sanitária para detectar a entrada de possíveis casos nos Estados. “Não há restrição de viagens aéreas ou comércio com esses países afetados pelo vírus. Pode ser que exista em alguns países, mas na Paraíba, não”, disse, completando que o direito de ir e vir será mantido, mesmo com essa probabilidade de algum paraibano que vá para a África ser contaminado.
“Não há com o que se preocupar. A Organização Mundial de Saúde deu o alerta e os Estados tiveram que organizar Centros de Referência para tratar da doença com o único objetivo de dar uma resposta para apoiar a África. Lá é um país que está em guerra civil, sem condições de lidar com essa epidemia. Faltam profissionais de saúde e, por isso, há essa propagação da doença. Aqui possivelmente não teríamos essa proporção de casos”, comentou.
Apesar disso, a chefe do Núcleo de Resposta Rápida da SES orientou que, quem decidir ir para esses países, se previna. “Nós não podemos impedir o direito de ir e vir e, da mesma forma, não existe vacina para prevenir a doença, então a melhor maneira de se prevenir hoje é evitar contato com as secreções de pacientes infectados”, complementou.
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