VIDA URBANA
ECT vai cortar ponto de grevista
Empresa de Correios e Telégrafos informou que ainda não definiu como e quando será feito o débito dos dias de paralisação.
Publicado em 26/09/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:43
A Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) irá descontar do salário dos servidores grevistas os dias que eles não trabalharam. A decisão foi anunciada ontem pelo órgão federal, com a justificativa de que, “de acordo com a legislação, a greve implica na suspensão do contrato de trabalho”.
Conforme explicou a direção da empresa, a medida será tomada “em respeito aos mais de 90% dos trabalhadores que continuam em atividade normalmente e à sociedade brasileira, prejudicada pela paralisação parcial nos Correios”.
Segundo a ECT, os Correios irão pagar, até o dia 3 de outubro, as diferenças do reajuste de 8% referentes aos meses de agosto e setembro aos trabalhadores que fazem parte da base dos sindicatos de São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru-SP, Rio Grande do Norte e Rondônia, que assinaram o Acordo Coletivo de Trabalho protocolado junto ao Tribunal Superior do Trabalho e que não estão em greve. As vantagens do acordo serão estendidas para todos os trabalhadores, conforme os demais sindicatos assinarem o documento até hoje.
O diretor financeiro do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios da Paraíba (SINTECT-PB), Husman Tavares, considerou equivocada a decisão da empresa, principalmente porque Correios e trabalhadores ainda estão em fase de negociação para o fim da greve e, segundo ele, nenhuma medida como essa pode ser tomada nesse período. Ele avaliou como especulação a informação do desconto pelos dias parados, ressaltando que os contracheques do mês de setembro já estão disponíveis para consulta online e nenhum trabalhador teve nenhum desconto em suas remunerações.
Através da assessoria, a Empresa de Correios e Telégrafos informou que ainda não definiu como e quando será feito o débito dos dias de paralisação, mas a decisão está mantida, podendo o desconto ser feito na folha de pagamento de outubro. De acordo com a empresa, 92,73% dos empregados estão trabalhando, conforme dados do sistema eletrônico de presença. Entre os empregados da área operacional (carteiros, atendentes e operadores de triagem e transbordo), o índice de trabalhadores presentes é de 91,39%.
Na Paraíba, conforme o Sintec-PB, a adesão à greve é de 70%. A rede de atendimento está aberta em todo Brasil e todos os serviços, inclusive o Sedex e o Banco Postal, estão disponíveis, com exceção da postagem, entrega e coleta de encomendas com hora marcada nos locais com paralisação deflagrada.
A greve dos Correios iniciou no último dia 13 de setembro. A categoria reivindica 15% de aumento real nos salários; 7,13% de reposição da inflação 2012-2013 e R$ 200 de aumento salarial linear para toda categoria. A contraproposta dos Correios é de 8% de reajuste; 6,27% de reposição dos benefícios; vale-extra de R$ 650,65 a partir de dezembro.
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