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VIDA URBANA

Eles não nasceram em João Pessoa, mas muita gente os acha 'a cara' da cidade

Terra acolhedora, a capital paraibana é a mãe que adota anônimos e famosos. Conheça histórias.

Publicado em 05/08/2019 às 12:15 | Atualizado em 06/08/2019 às 8:12


                                        
                                            Eles não nasceram em João Pessoa, mas muita gente os acha 'a cara' da cidade

				
					Eles não nasceram em João Pessoa, mas muita gente os acha 'a cara' da cidade
Figuras anônimas e públicas adotam João Pessoa, que tem o status de cidade acolhedora. Foto: montagem/arquivopessoal.

A história da colonização de João Pessoa é marcada pela resistência dos índios Potiguaras ao domínio português, lá pelos idos de 1585. Foram cinco tentativas até conseguirem desembarcar no Porto do Capim, às margens do Rio Sanhauá. Ao longo desses 434 anos de conquista, celebrados neste dia 5 de agosto, entretanto, a capital paraibana muito mudou e em seu processo de desenvolvimento acabou galgando o status de terra acolhedora e hospitaleira.

Com melhores oportunidades para as famílias do interior paraibano, e também de cidades pobres de estados vizinhos, e com melhor qualidade de vida do que em outros centros urbanos maiores, João Pessoa virou refúgio maternal ao adotar anônimos e alguns ilustres e seletos personagens que, de tão locais, muitos pensam que aqui eles nasceram.

Do Mestre Escurinho, que presenteou a cidade que escolheu para viver com o hino "Lá Vem a Onda", passando pelo arquiteto Jonas Lourenço, que pintou de verde e arte vários recantos da capital paraibana, pelo jornalista e cronista Gonzaga Rodrigues, que tão bem descreveu os recantos da cidade que o acolheu na década de 1950, até ao prefeito Luciano Cartaxo, natural do Sousa, no Sertão paraibano, que comanda a cidade com os olhos de um legítimo pessoense. Estas são apenas algumas das figuras públicas que são "a cara" de João Pessoa.

Buda Lira

Quando o pequeno Ronald Lira de Souza deixou Cajazeiras em dezembro de 1972 com a mãe e os irmãos, não imaginava que aquela aventura de 487 km atravessando o estado transformaria a sua vida para sempre. O menino, que continuou na capital mesmo com o retorno da mãe após seis meses, ficou na capital para concluir os estudos e nunca mais voltou. Mais do que isso, se tornou em um dos grande ícones da cultura pessoense.

Responsável pela criação do Bloco Cafuçu, um dos mais queridos do pré-carnaval em João Pessoa, e um dos idealizadores do projeto Folia de Rua, Buda Lira é também sócio do grupo Piollin, um dos grandes exportadores de talentos na área do teatro e cinema para dentro e fora do Brasil, como Soia Lira, Everaldo Pontes, Nanego Lira, Daniel Porpino e Luiz Carlos Vasconcelos.

Mesmo com a projeção nacional, através de obras-primas do cinema como Bacurau, que estreia no próximo dia 29 de agosto, Buda Lira diz tem uma ligação muito forte com João Pessoa. "Sempre acompanhei as coisas de Cajazeiras, especificamente as questões culturais, mas as minhas relações de trabalho e família estão mais, muito mais por aqui", destaca o artista, que de fato nasceu em Uiraúna, vizinha a Cajazeiras.


				
					Eles não nasceram em João Pessoa, mas muita gente os acha 'a cara' da cidade
O uiraunense Buda Lira se tornou um dos expoentes da cultura pessoense ao fomentar o pré-carnaval da capital. Foto: divulgação.

Escurinho

Muita gente pensa que o autor dos versos "a onda quebra lá em Paraíba, dança ciranda na beira do mar", que já embalaram muitas noites culturais e atos políticos em João Pessoa, são de um legítimo pessoense. Após quase três décadas vivendo na capital paraibana, Jonas Epifânio dos Santos Neto, o Escurinho, diz que bem que se sente integrado à cidade, apesar de ter nascido em Serra Talhada, em Pernambuco, terra natal de Lampião.

Escurinho conta que foi estudar em Recife em 1980 e tentar a carreira musical, mas quando retornou de férias para Catolé do Rocha e soube que seus amigos que viviam de música, inclusive Chico César, estavam se mudando para João Pessoa ele resolveu seguir o rastro deles."Eu já vim para João Pessoa certo de trabalhar com música", lembra.

O músico afirma que ao longo desses anos desenvolveu uma relação muito forte com a cidade por morar no Centro Histórico, que considera muito sugestiva por guardar histórias lúdicas desde o seu nascedouro, na luta entre os índios Potiguaras e Tabajaras. "João Pessoa para mim é a terra mãe. Eu sou pernambucano, mas todo o meu trabalho musical foi desenvolvido aqui em João Pessoa. A minha ancestralidade é de Pernambuco e África, onde estão minhas raízes, mas minha formação musical é de João Pessoa", declara.

Escurinho disse que a cidade influenciou também sua formação política. O músico, inclusive, disputou ao cargo de deputado estadual nas últimas eleições, mas não se elegeu. "As dificuldades que passamos para viver nela ajudam a gente a ser um cidadão melhor. Moro num bairro que até hoje tem problema de saneamento básico, mas essas dificuldades ajudaram a gente a construir uma consciência política e minha cidadania", destaca.

Jonas Lourenço

Arquiteto, artista plástico e escultor, o carioca Jonas Lourenço é um apaixonado por João Pessoa. Jonas Lourenço nasceu no Rio de Janeiro em 1969. Fazendo o caminho inverso da maioria dos brasileiros daquela época, veio com os pais morar em João Pessoa ainda pequeno. Na cidade, que convive harmoniosamente com seu verde e sua história, ele encontrou inspiração para a sua arte e através vez dela tem homenageado a capital paraibana, que adotou como sua. "João Pessoa é meu Porto Seguro. O lugar para onde almejo sempre voltar", conta o arquiteto, que em setembro vai abrir escritório em Lisboa. "Mas estarei aqui todo mês, onde estruturei minha carreira e minha família", assegurou.

Em seu currículo, Jonas carrega grandes projetos de arquitetura que são a cara de João Pessoa como o Jardim Botânico de João pessoa e o Projeto Paisagístico do Parque do Roger (antigo “Lixão” da cidade), que causou profundas transformações urbanísticas e levaram o artista a participar do Projeto Silubesa - uma parceria entre o Brasil e Portugal.

Jonas Lourenço também desenvolveu projetos de praças e monumentos para a cidade de João Pessoa, destacando-se entre eles o monumento da Sucata de Ferro, uma escultura de cinco metros de altura.

Estevam Fernandes

Invariavelmente em eventos públicos nos quais a presença de lideranças religiosas são convocadas a participar, o pastor presidente da 1ª Igreja Batista de João Pessoa, Estevam Fernandes, é figura certa. Natural de Princesa Isabel, no Sertão da Paraíba, o religioso tem a imagem associada a capital, terra na qual cresceu, deixando apenas entre os anos de 1975 a 1980 quando foi estudar no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Recife.


				
					Eles não nasceram em João Pessoa, mas muita gente os acha 'a cara' da cidade
Pastor Estevam Fernandes, presidente da 1ª Igreja Batista, é um dos ícones religiosos da capital. Foto: divulgação.

Ramon Schnayder

Ramon Schnayder apareceu no circuito musical em João Pessoa lá pelos idos de 2005, meio que herdando a banda de cantor e ator Leandro Lima, que deixou o grupo para investir na carreira de modelo pela Europa. Tocando samba e pagode em diversos palcos no Nordeste do país, o artista sempre se apresentou como pessoense, mas originalmente ele é de Campina Grande.

Depois de sete anos construindo uma história nos vocais da banda Ala Ursa, começou a escrever seu próprio capítulo na história da música paraibana, com muita energia e dedicação. E foi no dia 8 de novembro de 2012 que ele deu início à sua carreira solo, em show acontecido em um bar da capital paraibana.


				
					Eles não nasceram em João Pessoa, mas muita gente os acha 'a cara' da cidade
O campinense adotou João Pessoa como morada e local para desenvolver sua carreira musical. Foto: Divulgação.

Tarcízio Dias

Natural de Sapé, o médico Tarcízio José Dias chegou a João Pessoa aos 5 anos de idade. Teve toda a formação educacional no Colégio Pio XII de onde saiu direto para a Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Tarcízio com o talentoso e respeitado acúmulo de conhecimento na sua profissão, quando em 1985 montou o consultório que hoje é uma clínica renomada em João Pessoa. É também exemplo de responsabilidade social, onde um dos trabalhos que merece destaque é o papel filantrópico que exerce através do Instituto de Olhos da Paraíba. Por isso tudo, muitos pensam que ele é pessoense.

Imagem

Angélica Nunes

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