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VIDA URBANA

Em CG, distorção atinge 18% dos alunos

Maior incidência é entre alunos do 6º ano, no qual o percentual de defasagem chega a 39%, segundo o Censo Escolar 2013.

Publicado em 10/08/2014 às 8:00 | Atualizado em 05/03/2024 às 14:24

No município de Campina Grande, a distorção idade-série atinge 18% dos alunos matriculados. A maior incidência é entre alunos do 6º ano, no qual o percentual de defasagem chega a 39%, segundo o Censo Escolar 2013. (Veja mais adiante relação das cinco escolas com os maiores percentuais de distorção idade-série). Um dos casos que precisam de atenção é o de Maria (nome fictício), 15, que está cursando o 5° ano do ensino fundamental na Escola Municipal José Virgínio de Lima. Segundo ela, o motivo do atraso foi a entrada tardia na escola, o que só aconteceu quando ela tinha 10 anos.

A estudante disse que tem o sonho de ser médica e por isso passou a se dedicar aos estudos. “Minha mãe não podia me colocar para estudar, por isso comecei tarde e fiquei atrasada. Agora, que tenho a oportunidade, estudo muito, pois meu sonho é ser médica”, disse a adolescente, que tem mais dois irmãos, os quais, segundo ela, estão na idade escolar correta.

Outra estudante campinense, Ana (nome fictício), 12, revelou que repetiu de ano, justificativa para o atraso. Ela está cursando o 5° ano do ensino fundamental. “Repeti o 2° ano e me atrasei.

Hoje em dia sou mais estudiosa porque quero ser enfermeira e sei que para isso tenho que estudar bastante”, comentou.

A diretora da escola onde Maria e Ana estudam, Maria do Carmo Barroso, reconheceu o problema da distorção idade-série e disse que é necessário um melhor apoio por parte da Secretaria de Educação municipal. A escola, localizada no bairro do Monte Santo, tem 110 alunos e 46% deles estão atrasados. “A distorção idade-série, na verdade, é consequência de uma série de fatores”, comentou.

A falta de interesse e acompanhamento dos pais foi outro problema apontado pela diretora para o atraso dos alunos.

“Infelizmente as crianças não têm a atenção que deveriam ter em casa. Os pais colocam os filhos na escola e pensam que a responsabilidade é só nossa. Já tivemos casos de alunos que levaram tarefa para casa e voltaram com os cadernos rasgados, em um claro exemplo de que, junto da família, eles não recebem orientação em relação aos estudos.

Segundo Iolanda Barbosa, secretária de Educação de Campina Grande, as principais ações para reduzir a distorção idade-série na cidade estão organizadas em três eixos: o programa Mais Educação, Projovem Urbano e Educação de Jovens e Adultos (EJA). “No Mais Educação, as escolas fazem a adesão ao programa e com isso recebem uma suplementação orçamentária. Também aderimos ao Pronatec para oferecer educação profissional aos alunos do EJA, fortalecendo as relações entre trabalho e educação, pois a maioria dos casos de evasão se dá devido à necessidade dos adolescentes em ingressar no mercado de trabalho”, explicou.

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Jornal da Paraíba

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