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VIDA URBANA

Em depoimento, Patrick Gouveia lamenta assassinatos: 'queria ter evitado'

Julgamento de assassino confesso começou na Espanha nesta quarta-feira.

Publicado em 24/10/2018 às 17:12


                                        
                                            Em depoimento, Patrick Gouveia lamenta assassinatos: 'queria ter evitado'

				
					Em depoimento, Patrick Gouveia lamenta assassinatos: 'queria ter evitado'
Patrick Gouveia durante o julgamento em Guadalajara, na Espanha..

Assassino confesso de quatro familiares na Espanha, no crime que ficou conhecido como a chacina de Pioz, o paraibano François Patrick Nogueira Gouveia contou, durante seu julgamento nesta quarta-feira (24), em Guadalajara, como matou a própria família. “Eu sabia que queria fazer, mas não como ia acontecer”, disse François Patrick Nogueira Gouveia, de acordo com informações da rede espanhola Antena 3.

Conforme a emissora, Patrick decidiu não responder às perguntas da acusação e do Ministério Público espanhol e se limitou a responder apenas à sua própria defesa, representada pela advogada Bárbara Royo.

Segundo a agência de notícias AFP, Patrick pediu perdão à sua família e à família da esposa de seu tio, declarando que não cometeria o crime se pudesse ter evitado. “Queria ter evitado tudo isso (...) não escolhi funcionar da maneira como funciono. Os sentimentos vêm e não sei como controlá-los”, disse.

O réu foi questionado, segundo a Antena 3, sobre problemas com alcoolismo. Patrick disse que viveu uma infância difícil, sendo intimidado e provocado por colegas de classe, e que começou a beber desde os 10 anos de idade. Durante a declaração, Patrick falou que “se defendia de forma violenta” do bullying e da perseguição dos colegas de classe e que, por causa do álcool, viu “sombras” e “imagens distorcidas da realidade”.

Patrick Nogueira está preso na Espanha desde outubro de 2016, quando se entregou às autoridades espanholas e confessou ter matado o tio Marcos Campos Nogueira, a esposa deste, Janaína Santos Américo, e os dois filhos do casal, de 1 e 4 anos. Após os assassinatos, ele esquartejou os corpos. O crime bárbaro aconteceu em agosto de 2016, mas só foi descoberto um mês depois, por conta do mal cheiro.

O julgamento do réu, que tem 21 anos, acontece em Guadalajara, dois anos e cinco dias depois da prisão dele, e vai acontecer até o dia 31 de outubro, data para leitura do veredicto. Mais de 30 pessoas vão ser ouvidas. As sessões do julgamento acontecem pela manhã e à tarde. a Acusação defende pena máxima, uma espécie de prisão perpétua, para Patrick Nogueira.


				
					Em depoimento, Patrick Gouveia lamenta assassinatos: 'queria ter evitado'
O crime

De acordo com a denúncia da promotoria, o acusado foi até a casa onde a família vivia na cidade de Pioz no dia 17 de agosto de 2016 “com o propósito de acabar com a vida” de seus tios e primos, utilizando uma faca de grandes dimensões.

Conforme o processo, a tia do acusado abriu a porta da casa na presença de seus filhos e permitiu a entrada de Patrick. Em um dado momento, no qual ambos estavam na cozinha, ele a atacou de forma surpreendente e fez um corte em seu pescoço, que veio a causar sua morte.

Em seguida, o acusado foi ao encontro de seus primos, um de quatro e outro de um ano de idade, e também os degolou. Depois, com a intenção de ocultar o crime, o jovem esquartejou o corpo da sua tia e colocou as partes em sacolas plásticas, fazendo o mesmo com os corpos de seus primos, mas sem desmembrá-los, e começou a limpar o local, aguardando a chegada de seu tio.

Quando o tio entrou na residência, foi recebido pelo assassino, que esperou que ele virasse as costas para atacá-lo, desferindo várias facadas. Depois, esquartejou o corpo como fez com sua tia, com a intenção de ocultá-lo.

O acusado chegou a vir ao Brasil, mas foi preso em 19 de outubro após se entregar na Espanha e confessar ser de fato o autor do crime. Em depoimento, ele não revelou os motivos que fizeram com que ele cometesse o assassinato, disse apenas que “sentiu uma ódio incontrolável e uma vontade de matar”.

Além de Patrick, a chacina de Pioz tem um segundo acusado: Marvin Henriques Correia. O jovem foi preso em João Pessoa após a investigação comprovar que ele conversou com Patrick e deu dicas a ele durante a chacina. Ele se tornou réu como partícipe do homicídio de Marcos Nogueira, mas está respondendo em liberdade, desde que sua prisão foi revogada .

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Marcelo Lima

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