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VIDA URBANA

Em média, 10 armas de fogo são apreendidas por dia na Paraíba

De acordo com o delegado geral adjunto da Polícia Civil, Isaías Gualberto, o número dessas apreensões tem aumentado gradativamente

Publicado em 12/09/2015 às 8:00

Em média, 10 armas de fogo são apreendidas por dia na Paraíba. Somente nos sete primeiros meses deste ano as polícias Civil e Militar do Estado apreenderam 2.234 armas, que poderiam ter sido utilizadas para a prática de assaltos e crimes contra a vida.

De acordo com o delegado geral adjunto da Polícia Civil, Isaías Gualberto, o número dessas apreensões tem aumentado gradativamente e tem como uma das principais causas, em sua opinião, a legislação branda em casos de flagrante de posse ilegal de arma.

Em uma das últimas operações realizadas no Estado, cinco armas de fogo foram encontradas na posse de um grupo suspeito de ataques a bancos, assaltos e latrocínios. A operação foi deflagrada no último dia 10 deste mês e desarticulou um grupo de quatro pessoas que cometiam alguns dos principais crimes que são cometidos com o auxílio das armas de fogo, de acordo com Gualberto.

Segundo estatísticas nacionais, as armas de fogo estão presentes em cerca de 90% das ações delituosas, motivo pelo qual são um dos principais alvos da estratégia operacional das polícias.

Um exemplo disso é que o número de armas apreendidas de janeiro a julho deste ano (2.234) no Estado representou um aumento de 30% com relação ao ano anterior, de acordo com dados do Núcleo de Análise Criminal Estatística (Nace) da Secretaria da Segurança e da Defesa Social (Seds).

Em 2014, no mesmo período, foram apreendidas 1.710 armas de fogo. As apreensões desses equipamentos, conforme Gualberto, ocorrem tanto em abordagens ostensivas, realizadas por parte da Polícia Militar, quanto em operações de inteligência, de competência da Polícia Civil.

“É muito comum nas operações e abordagens encontrarem armas sobretudo na posse de jovens. São esses os mais atingidos pela violência com armas de fogo, pelos crimes violentos letais intencionais, bem como se detecta que é essa mesma juventude, residente nas áreas mais vulneráveis do Estado e que poderia estar se qualificando, que utiliza essas armas para a prática dos crimes patrimoniais, homicídios, latrocínios. Apesar disso, eles são recrutados para o mundo do crime”, comentou.

Conforme o delegado, as armas que chegam à Paraíba são, muitas vezes, oriundas de outros países e, como as drogas, têm como principal país fornecedor o Paraguai. “O Brasil tem fronteiras abertas, nas quais o controle é praticamente inexistente. Com isso, elas entram e circulam no país sem fiscalização, e os Estados e a sociedade acabam pagando a conta com quadrilhas cada vez mais armadas e uma sociedade cada vez mais violenta”, destacou.

REAPROVEITAMENTO
De acordo com o delegado Isaías Gualberto, após apreendidas, normalmente as armas são encaminhadas para o Exército para serem destruídas, contudo, dependendo do estado da arma, ela pode ser reaproveitada. “Se ela não estiver danificada, ela pode ser revertida, isso está previsto no Estatuto do Desarmamento. Contudo, na grande maioria das vezes, ela é destruída”, complementou.

Saiba Mais

Ainda conforme dados do Núcleo de Análise Criminal Estatística (Nace), do total de armas apreendidas entre os meses de janeiro e julho deste ano, 50% eram revólveres; 39% espingardas; 7% pistolas e 4% outros.

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Jornal da Paraíba

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