VIDA URBANA
Em Tambiá, fica o casarão que foi a residência dos Ávila Lins
Residência era ponto de saída para o tradicional Baile Azul e Branco nos anos 50 e 60.
Publicado em 16/09/2012 às 11:00
Na avenida Monsenhor Walfredo Leal, bairro de Tambiá, os cordões carnavalescos tinham um ponto certo de saída para o tradicional Baile Azul e Branco nos anos 50 e 60: a residência dos Ávila Lins, em frente ao Clube Astrea. Quem avista hoje a mansão mal pode acreditar que um dia tenha sido habitada. As plantas do jardim crescem desordenadamente, as paredes estão impregnadas de musgo e aos poucos vão se esfarelando pela ação do tempo.
O casarão foi propriedade do rico dr. Ávila Lins, figura de prestígio entre a sociedade pessoense durante a primeira metade do século 20. Médico renomado e fundador de hospital na capital, o dr. Ávila Lins era também político influente, sendo por muito tempo um dos principais líderes do Partido Republicano (PR) no Estado, chegando a exercer mandato como deputado pela legenda.
Para José Octávio de Arruda Melo, o abandono das moradias de famílias paraibanas ilustres está relacionado ao crescimento da cidade em direção ao Litoral. “Por séculos a riqueza de João Pessoa esteve concentrada próxima ao rio, onde a cidade foi fundada. A área do Centro era onde pulsava a vida da capital, e onde também viviam os ricos. A ocupação em direção à praia só teve início na década de 70. Assim, as pessoas foram dando preferência àquela região, que atualmente é a mais valorizada”, argumenta. Outro fator que colaborou para a decadência dos pomposos palacetes do Centro foi a crise econômica que se abateu sobre algumas famílias em meados do século passado.
“A família Ribeiro Coutinho foi uma das que padeceram com a crise da cana-de-açúcar. O sobrenome era sinônimo de poder em toda a Zona da Mata. Com o declínio da economia açucareira, muitos entes dessa família precisaram se desfazer de bens”, diz.
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