Embrapa finaliza produção de kit

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em Campina Grande (Embrapa Algodão), está finalizando a produção de um kit para certificar a qualidade e a originalidade do algodão colorido, produto agroecológico que não necessita de tingimento artificial. A expectativa é de que o produto seja disponibilizado ao mercado até o final de junho deste ano.

O equipamento eletrônico, combinado com reagentes químicos, permitirá a análise de fibras e tecidos, detectando se a coloração do produto foi obtida de maneira industrial ou natural, segundo informou o gestor provisório do Comitê Gestor do Algodão Colorido e gerente da área de negócios da Embrapa Algodão, Waltemilton Cartaxo. A produção do kit tem o apoio da Associação Brasileira de Indústria Textil (ABIT). O Instituto Brasileiro de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) também participará do processo de certificação do produto.

O gestor disse que o equipamento foi pensado para combater a pirataria no setor, já que, nos últimos anos, começou a ser feito o tingimento artificial da fibra com corantes químicos e esse produto falso começou a ser vendido como se fosse algodão colorido original. “A pirataria vem provocando grandes percas para o setor, devido à concorrência desleal que ela provoca, já que o algodão artificialmente colorido possui um custo menor de produção”, justificou.

Ele informou que o Comitê Gestor já assegurou o plantio de pelo menos 200 hectares de algodão colorido, que serão cultivados pela Cooperativa Agrícola Mista de Patos (Campal), mediante garantia de compra da produção pelas empresas vinculadas ao arranjo produtivo local. O cultivo será realizado por cerca de 100 agricultores, a maioria deles assentados em projetos de reforma agrária, que fazem parte de 10 municípios da região de Patos. A produção nesses hectares será em torno de 200 toneladas de algodão, quantidade que deverá ser convertida em 70 toneladas de fibra.