VIDA URBANA
Ensino superior cresce na PB
Número saiu de 16 unidades em 2001 para 37 em 2012 e é o quarto menor do Nordeste.
Publicado em 18/09/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:37
No período de 11 anos, a quantidade de instituições de ensino superior aumentou em 131,25% na Paraíba. O número saiu de 16 unidades em 2001 para 37 em 2012. Apesar disso, o percentual de crescimento do Estado é o quarto menor do Nordeste, ficando acima apenas do apresentado por Alagoas (que saltou de 14 para 30 instituições, registrando um índice de 114,28%), Piauí (que ampliou de 5 para 15 unidades, correspondendo a 95,%) e Bahia ( que possuía 63 estabelecimentos e passou a ter 116, com um aumento de 84,12%).
As informações fazem parte das primeiras estatísticas do Censo da Educação Superior 2012, divulgado ontem pelo Ministério da Educação (MEC). Até o final de outubro, o ministério vai revelar outros indicadores sobre o ensino superior no país.
De acordo com o Censo, no Nordeste, o Sergipe apresentou o maior percentual de ampliação dos estabelecimentos de ensino. O local possuía cinco unidades em 2001. Em 2012, eram 16. O índice foi de 220%.
Na sequência, apareceram Maranhão (que passou de 11 para 32 instituições e teve 190,9% de aumento), Ceará (que foi de 19 para 54 estabelecimentos, com crescimento de 95%) e Rio Grande do Norte (que elevou de 10 para 24 novas unidades, registrando índice de 140%).
Os números revelam que o maior crescimento na Paraíba ocorreu nas instituições particulares. Em 2001, a Paraíba possuía duas universidades federais (Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal de Campina Grande); uma estadual (Universidade Estadual da Paraíba) e apenas 13 faculdades privadas.
Onze anos depois, essa situação mudou. Em 2012, a Paraíba já possuía três instituições federais, graças à instalação do Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia da Paraíba (IFPB). A quantidade de unidades estaduais permaneceu a mesma, mas a de faculdades privadas aumentou para 33.
A quantidade de instituições privadas é a quinta maior do Nordeste, ficando atrás da Bahia (108), Pernambuco (67), Piauí (36), Ceará (48). Por outro lado, as localidades com menos faculdades são Maranhão (28), Alagoas ( 26), Rio Grande do Norte (19) e Sergipe (14).
De acordo com o presidente do Sindicato das Escolas Particulares, Odésio Medeiros, o crescimento das faculdades privadas se deve aos incentivos do governo federal. Ele explicou que o poder público foi sábio ao permitir que estabelecimentos privados pudessem ministrar cursos superiores.
“Com isso, sobraram mais vagas nas universidades públicas para pessoas com poder aquisitivo menor”, opinou.
Ainda de acordo Odésio, até estudantes de baixa renda também conseguiram cursar faculdades privadas, graças a ações do governo federal, como o Programa de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni), que financiam e até isentam o aluno de pagar a mensalidade.
“São estímulos que fazem as pessoas estudarem e terem uma formação”, ressaltou.
Já para a pedagoga e doutora em Sociologia Maria do Socorro Nascimento, a situação é motivo de preocupação. Ela é a atual coordenadora do curso de Licenciatura em Pedagogia na Universidade Federal da Paraíba e analisa que o crescimento nas faculdades privadas é reflexo do sucateamento das instituições públicas. Ela não é contra a ampliação do ensino privado, mas defende maior atenção na educação gratuita.
“As políticas públicas não têm a educação como prioridade e as universidades estão ficando sem investimento. A prova disso é que os professores federais ficaram três meses em greve, em busca de melhorias de trabalho e de aumento salarial. Essa falta de investimento faz as universidades encolherem, enquanto que as privadas crescem”, afirmou.
Para a docente, é preciso direcionar melhor os investimentos públicos. “Quantidade não é qualidade. Não basta apenas aumentar o número de vagas. É preciso melhorar a estrutura de ensino. Contratar professores e criar mais salas compatíveis com a demanda de estudantes. É preciso investir na educação pública e de qualidade”, completa.
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