Entenda as diferenças entre dengue, febre chikungunya e zika

Febre, dores e manchas vermelhas pelo corpo. Esses são alguns dos sintomas comuns da dengue, mas também da zika e da febre chikungunya, que passaram a ser registradas no país e também são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Contudo, apesar das semelhanças, as doenças trazem particularidades que podem, inclusive, determinar a gravidade de cada caso. De acordo com o médico sanitarista Fernando Chagas do Hospital Clementino Fraga e Hospital Universitário Lauro Wanderley, a dengue, uma doença viral que causa febre alta na maioria dos casos, principalmente no início, pode evoluir para formas mais complexas e levar à morte. Isso, geralmente após a terceira ou quarta semana, no primeiro pico febril.

Conforme o especialista, a febre chinkungunya tem como maior característica dores nas articulações, que podem durar até seis semanas, e quadro febril no início. A zika, por sua vez, segundo Fernando, traz como principais sintomas manchas avermelhadas pelo corpo, prurido e, em alguns casos, quadro de conjuntivite e febre baixa.

“A zika e chikungunya são doenças semelhantes a dengue, benignas e apenas são detectadas por isolamento do vírus. Quando fazemos a sorologia e o resultado é negativo para dengue, supomos que pode ser uma das duas doenças", comentou Fernando. "Todas as três recebem tratamento sintomático, com analgésicos. Exceto em casos mais grades da dengue, onde outros procedimentos são aplicados”, acrescentou.

O médico menciona que a forma grave da dengue apresenta dores abdominais, sangramentos espontâneos, hipotensão, perda de plaquetas. Nesse caso e até na forma clássica da dengue, é importante evitar algumas substâncias. “Jamais ingerir o ácido acetilsalicílico, pois pode causar hemorragia, evitar antiflamatórios. O paracetamol pode ser tomado, mas deve ser evitado pois em casos de pacientes com alergia as complicações podem ser maiores, é preferível que se tome dipirona”, alertou.

Sobre a zika, o especialista frisa, ainda, que existem estudos científicos em andamento que buscam entender todas as formas de transmissão do vírus. “Sabemos que ela é transmitida pelo mosquito, mas buscamos entender se têm outras formas de transmissão, seja pelas vias aéreas ou sexualmente.Contudo, nada disso é comprovado", citou.

"O espanto é que a doença explodiu demais e número de casos com a sintomatologia são altos. Chegamos até a confundir com o parvovírus T19, com sintomas semelhantes, mas nos exames não davam positivo”, finalizou Fernando.

Casos das doenças em João Pessoa
Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), entre 1º de janeiro e 2 de julho, foram notificados 3.594 casos suspeitos de dengue, com 2.360 confirmados, na capital. Até o momento circulam na cidade quatro sorotipos de dengue: DENV – 1, DENV – 2, DENV – 3 e DENV – 4. No entanto, é importante ressaltar que é possível contrair apenas uma vez cada tipo de vírus.

No que se refere à 'nova dengue', não existe a circulação de novo vírus. Já em relação à febre chicungunya, nenhum caso foi comprovado laboratorialmente, enquanto que a zika teve 11 casos no município.

Saiba mais: a dengue na capital, segundo SMS
Casos notificados: 3.594
Casos confirmados: 2.360

Bairros com maiores registros (até 14 de junho de 2015):
Mangabeira - 239
Cristo Redentor - 171
Valentina - 170
Bairro das Indústrias - 145
Jaguaribe - 132
Funcionários - 89
Bancários - 86
Torre - 83
Cruz das Armas - 82
Gramame - 82
Geisel - 77
José Américo - 69
Mandacaru - 65
Bessa - 56
Varjão - 53
Bairro dos Novais - 46
Alto do Mateus - 45
Centro - 44
Varadouro - 43
Ernani Satiro - 42

Particularidades de cada doença:

Fonte: Ministério da Saúde