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VIDA URBANA

Entidades alertam para exploração no São João

Entidades que atuam em defesa dos direitos das crianças e adolescentes já debatem o combate ao trabalho infantil e exploração sexual de menores.

Publicado em 08/03/2013 às 6:00


O Maior São João do Mundo, em Campina Grande, já chama a atenção de entidades que atuam em defesa dos direitos das crianças e adolescentes na Paraíba. Com a realização de megaeventos como a Copa das Confederações este ano e a Copa do Mundo em 2014, a expectativa é que um grande número de turistas visite a festa junina, o que segundo especialistas, influencia diretamente no aumento do trabalho infantil e exploração sexual de menores de idade.

A temática foi debatida durante o 1º Seminário Estadual de Enfrentamento às Violações de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes em Megaeventos, realizado ontem em João Pessoa.

Casos de exploração sexual, trabalho infantil, tráfico de pessoas, violência letal, disseminação das drogas e escolas fechadas estão entre os problemas potencializados com a incorporação de megaeventos no Estado.

“A atenção tem que ser maior porque nós já temos uma festa. O São João é um evento regional de grandes proporções e todos os anos há um aumento de crianças trabalhando que é visível na cidade. Precisamos estar preparados para atender qualquer desafio. Nós precisamos ter esse cuidado e adotar estratégias para proteger as crianças e os adolescentes”, destacou o coordenador do Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalho Adolescente (Fepeti), Dimas Gomes.

A opinião é reforçada pela coordenadora do Unicef nos estados da Paraíba, Pernambuco e Alagoas, Jane Santos. “No próprio São João de Campina Grande, a gente precisa reforçar a atenção, porque além de ter toda uma estrutura, além de trabalhar as grandes obras, é preciso analisar quais as consequências negativas que podem advir dessa quebra de rotina”, afirmou Jane Santos.

Conforme Jane Santos, as crianças e adolescentes da Paraíba são ameaçadas pelo grande fluxo de turistas, já que João Pessoa está situada entre duas cidades sedes, Natal e Recife e pode reunir ações de apoio às seleções e inclusive treinamentos. “Aqui vai ser uma rota forte. O grande objetivo é a estruturação de uma rede de apoio permanente”, disse. Ela destacou que a região costeira reforça o tráfico de pessoas.

Atento aos problemas decorrentes dos megaeventos, o juiz auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Marivaldo Dantas, destacou a integração entre o Poder Judiciário e a Rede de Proteção Infanto-juvenil para maior segurança das crianças e dos adolescentes. Já o promotor da Infância e da Juventude em João Pessoa, Alley Escorel, ressaltou que é preciso implantar um sistema integral de proteção.

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Jornal da Paraíba

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