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VIDA URBANA

Entidades estudantis de João Pessoa movimentam R$ 1 milhão

Estudantes acima da idade escolar filiados a partidos políticos e com um discurso decorado sobre as bandeiras de luta. Este é o perfil dos líderes estudantis na Paraíba.

Publicado em 04/04/2010 às 10:15

Phelipe Caldas
Do Jornal da Paraíba

Estudantes acima da idade escolar matriculados em colégios públicos e privados ou fazendo cursinhos pré-vestibular, filiados a partidos políticos e com um discurso decorado sobre as bandeiras de luta defendidas pelas entidades que representam. É este o perfil dos dirigentes que fazem atualmente o movimento estudantil secundarista em João Pessoa, um negócio bastante lucrativo que movimenta anualmente R$ 1 milhão. Que respeita algumas “exigências legais”, mas que está envolto em uma série de “evidências” que colocam em dúvida os reais interesses de seus representantes.

A confusão já começa no número de entidades que regem hoje o movimento estudantil na capital paraibana. Nada menos do que dez organizações são legalizadas e rateiam o valor milionário arrecadado com a emissão de carteiras de estudantes. E isto sem contar com a figura do Conselho Municipal de Carteiras (CMC), responsável pela produção e emissão das carteiras de estudantes que, mesmo não sendo presidida por um estudante secundarista, fica com R$ 45 mil do bolo.

A conta é simples. São produzidas na cidade, todos os anos, uma média de 100 mil carteiras de estudante ao preço de R$ 10. De cada documento, R$ 2,25 é para cobrir os custos com confecção, R$ 0,50 vai para o Grêmio Estudantil da escola onde estuda o dono da carteira, R$ 0,45 vai para o CMC e os R$ 6,80 restantes são divididos proporcionalmente entre as dez de entidades.

O diretor do Conselho Municipal de Carteiras é Jair Soares, um ex-militante do movimento estudantil que hoje em dia recebe salário para “profissionalizar” o envio do documento e “zelar pelo bem maior” das entidades reprentativas. Jair tem 34 anos, é filiado ao PRP e em 2008 disputou sem sucesso uma vaga de vereador na Câmara Municipal de João Pessoa. Em sua declaração de bens, ele incluiu um Corolla ano 2003 avaliado em R$ 40 mil.

Questionado se não seria um contracenso a direção da CMC ser ocupada por uma pessoa que nem estudante secundarista é, ele diz secamente que “não representa os estudantes”, mas apenas rege um “órgão administrativo”. Para ele, ganhar a vida como emissor de carteiras de estudantes “é como uma profissão qualquer”.

Nas entidades estudantis não. Os dirigentes têm que ser obrigatoriamente estudantes regularmente matriculados. O detalhe é que a maioria destes têm idades entre 23 e 30 anos, bem acima da idade prevista para alguém concluir o ensino médio: 17 anos.

Para escolher os dirigentes das entidades, a eleição é indireta. Por meio de congressos, delegados escolhidos pelos Grêmios que compõem as respectivas associações definem os novos representantes. E dependendo do que rege os estatutos, o mandato pode ser de dois ou três anos.

Perdeu a eleição, mas não quer deixar a vida de dirigente estudantil? Não tem problema! Reúna um punhado de grêmios e após registrar em cartório, monte a sua própria entidade. Foi o que aconteceu com a União dos Estudantes Secundaristas da Paraíba (UESP), que surgiu no ano passado a partir da junção dos grêmios dos colégios Nicodemus, Epac, Burity e CPDAC. Esta é a mais nova delas e é presidida por Wagner dos Santos, de 29 anos. Ele é filiado ao PMDB.

Leia mais na edição deste domingo do Jornal da Paraíba.

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Jornal da Paraíba

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