VIDA URBANA
Entidades se mobilizam e pedem desapropriação de área do Aeroclube
Já o diretor técnico do Aeroclube da Paraíba, Raimundo Nonato Rodrigues, disse que nenhum risco é oferecido à população.
Publicado em 14/12/2010 às 9:28
Natália Xavier
Jornal da Paraíba
Morar próximo a uma área de pouso e aterrissagem de aeronaves e sentir medo constantemente. Esta é a realidade vivida por muitos moradores da região onde está o Aeroclube da Paraíba, no bairro do Bessa, em João Pessoa. A queda de um monomotor logo após a decolagem na última sexta-feira (10), trouxe novamente a discussão sobre a localização do Aeroclube e algumas entidades já se mobilizam para pedir a desapropriação da área.
Motivado pelo acidente que aconteceu com o monomotor, o presidente da União Brasileira de Municípios (Ubam), Leonardo Santana, solicitou audiência com o prefeito de João Pessoa, Luciano Agra. Segundo Leonardo, a intenção é pedir que seja iniciado um processo de desapropriação da área do Aeroclube. “Vamos conversar com o prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, um dos maiores arquitetos e gestores que conhecemos, para sugerir a imediata avaliação e desapropriação de todo terreno”, disse Leonardo.
Para Leonardo, a população do bairro vive em constante perigo porque o Aeroclube está entre prédios altos e os aviões passam perto das edificações principalmente no momento da decolagem. “Nós achamos que o espaço deve servir para construção de equipamentos públicos como ginásio esportivo, academia de ginástica ou uma piscina olímpica para beneficiar a população do Bessa”, afirmou o presidente da Ubam. Segundo Leonardo, por enquanto a entidade não pretende acionar o Ministério Público sobre o caso, mas esta possibilidade não foi descartada.
Por outro lado, o diretor técnico do Aeroclube da Paraíba, Raimundo Nonato Rodrigues, afirmou que nenhum risco é oferecido à população. “Seguimos todos os padrões de segurança internacionais”, garantiu. Segundo Nonato, há aproximadamente 15 anos nenhum acidente era registrado na área. “Se você comparar isto com acidentes que acontecem em qualquer empresa se torna irrelevante. Além disto, no acidente de sexta-feira foram registrados apenas prejuízos materiais”, disse.
O diretor técnico comentou ainda que todas as adequações necessárias para garantir a segurança dos moradores da região já foram realizados. “Desde 2004 já foi feita a adequação com relação aos prédios localizados nas proximidades. Realizamos o deslocamento da cabeceira da pista e diminuímos o peso máximo das aeronaves que se movimento na pista”, enumerou.
O Ministério Público da Paraíba foi procurado pela reportagem do JORNAL DA PARAÍBA, por telefone, para comentar o assunto, mas não houve retorno.
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