VIDA URBANA
Escassez preocupa médicos
Pediatra explicou que a BCG não impede o contágio, mas previne contra os tipos de tuberculose que podem rapidamente levar a óbito.
Publicado em 19/03/2015 às 6:00 | Atualizado em 19/02/2024 às 11:08
A vacina BCG – Bacillus Calmette-Guérin – é a principal proteção contra as formas mais graves da tuberculose e deve ser aplicada logo nas primeiras horas de vida, de acordo com a médica pediatra Vanessa Fonseca. Ela explicou que, apesar de não impedir o contágio da tuberculose pulmonar, o imunobiológico previne contra os tipos que podem rapidamente levar a óbito. Uma dose da vacina é o suficiente para a proteção para a vida toda.
“A vacinação pode e é ideal que seja feita assim que a criança nasce e uma única dose é suficiente, porém ela precisa ser reaplicada quando observamos que não há a pega da vacina, com uma pequena lesão causada no braço direito, onde ela, de forma padrão, é aplicada. Ela não causa efeitos colaterais e é imprescindível para a imunização, principalmente por conta da fragilidade do sistema imunológico das crianças assim que nascem”, explicou.
A médica alertou que a não vacinação implica em uma possível disseminação da tuberculose, pois haverá uma facilitação da transmissão das formas pulmonares da doença e, de forma mais preocupante, das formas mais graves também. “Se a pessoa não foi vacinada e pegou uma tuberculose pulmonar, ela fica com uma maior facilidade a desenvolver as formas mais graves da doença”, afirmou.
Esperar para tomar uma vacina pode ser uma alternativa, conforme a pediatra, contudo é preferível que ela seja administrada o mais rápido possível, pois, sem a cobertura vacinal, a criança pode entrar em contato com adultos e adquirir a doença. Ela opinou que, apesar de não ser um estado de calamidade pública, é uma irresponsabilidade a escassez do composto. “O ideal é que ela seja feita na data padronizada, pois é uma vacina essencial e que não deveria faltar. É inadmissível se faltar essa ou qualquer outra vacina presente no calendário vacinal das crianças”, comentou.
Uma alternativa na capital é aplicar a vacina em clínicas de imunização particular, mas a dose custa entre R$ 70 e R$ 80.
EM CG, DESPERDÍCIO PREOCUPA
Em Campina Grande, o estoque da BCG foi reduzido pela metade no mês de março. De acordo com a coordenadora de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde, Miralva Cruz, foram solicitadas 2 mil vacinas para suprir a demanda da 3ª Gerência Regional de Saúde, mas apenas mil foram entregues. “A situação não está tão precária quanto à da capital e, como sobrou uma quantidade de fevereiro, estamos conseguindo abastecer as maternidades, mas esperamos que o abastecimento seja regularizado logo”, frisou.
Outro ponto que preocupa a coordenação de Imunização é o desperdício de vacinas, já que o manejo das agulhas e da substância exige delicadeza. “É algo que não costuma acontecer, mas que agora deve ter mais atenção. Por isso, apenas disponibilizamos o número exato de vacinas para crianças nascidas nas maternidades”, completou Miralva. Atualmente, em Campina, os três hospitais que recebem e aplicam a vacina são Hospital da Clipsi, o Hospital Escola da FAP e o Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), que atendem a 42 municípios da região.
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