VIDA URBANA
Escolas driblam problemas e servem de exemplo
Estratégias desenvolvidas em escolas públicas conseguem fazer a diferença.
Publicado em 17/08/2014 às 10:10 | Atualizado em 07/03/2024 às 16:00
Depois de abordar problemas relacionados à educação na Paraíba, como distorção idade-série, violência e analfabetismo, o JORNAL DA PARAÍBA encerra a série 'Educação em Pauta' contando histórias de projetos desenvolvidos em escolas públicas que deram certo e podem servir de exemplos para outras instituições. São projetos simples, mas que conseguem fazer toda a diferença no aprendizado dos alunos e nos índices da educação. Ações que dependem principalmente de um ingrediente básico: força de vontade. A realidade educacional na Paraíba foi, durante uma semana, tema de reportagens produzidas pelo JORNAL DA PARAÍBA e demais veículos da Rede Paraíba de Comunicação.
O primeiro exemplo positivo foi encontrado na Escola Municipal Doutor José Novaes, no bairro dos Novaes, em João Pessoa, onde há oito anos funciona o projeto intitulado 'O prazer da leitura e da escrita: um caminho mágico e encantador'. As dificuldades encontradas no início logo foram dribladas, segundo a professora Sandra Vicente, idealizadora do projeto.
Em pouco tempo os alunos já estavam envolvidos com a leitura, o que serviu de estímulo para os professores.
As marcas do projeto estão por toda parte da escola: salas de aula, corredores, biblioteca e até na cantina. Nesses ambientes é possível encontrar cartazes com a produção dos alunos, que são convidados a ler e debater os assuntos na sala. “A ideia surgiu porque eu percebia a dificuldade que nossos alunos tinham com a leitura e a escrita”, frisou. A escola tem 350 alunos no ensino fundamental I, do 1º ao 5º ano.
O que Sandra e os demais educadores querem é despertar nas crianças o prazer da leitura diariamente. A iniciativa deu tão certo que, anos depois, o resultado veio nos números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Em 2011, a Escola atingiu a meta (6,2) prevista para 2017. O salto deixa os educadores satisfeitos e empolgados para continuar com o projeto.
A estrutura física precária da escola, que é pequena para a quantidade de alunos, não é colocada como desculpa pelos servidores; nem mesmo o fato de a instituição estar localizada em uma área onde a criminalidade ainda é alta. Ao contrário, os professores se mostram decididos a vencer essas barreiras, o que valoriza ainda mais os resultados obtidos no Ideb.
Entre os alunos, a felicidade é contagiante. Vinícius Ribeiro, 11 anos, aluno do 5º ano, contou que adora estudar na Escola José Novaes porque os professores são atenciosos. “Minha escola é muito legal, me sinto em casa. Aqui fazemos muitas atividades de leitura e escrita e também levamos muitos livros para casa”, afirmou. Na escola há o rodízio de livros, que consiste na troca de livros pelos alunos.
Outra estudante, Giani Lima, 10, disse ter notas boas e que presta muita atenção no que a professora diz na sala de aula. “Aprendo muita coisa aqui na escola. Foi aqui que aprendi a gostar de ler e escrever. Em casa, gosto de brincar de escolinha só para escrever um pouco mais”, declarou a aluna. Kézia Albuquerque, 11, também se mostrou envolvida com o projeto.
“Eu amo vir para a aula, os professores são legais e nos ensinam muito. As tarefas envolvendo leitura são sempre divertidas”, frisou.
O diretor da escola, Fernando Guimarães, disse que, depois da implantação do projeto, o rendimento dos alunos melhorou consideravelmente. “Os meninos conseguiram se envolver de uma forma que hoje eles não têm mais a dificuldade que tiveram um dia na leitura e escrita. A barraca do cordel, por exemplo, é um sucesso entre eles, assim como a atividade de escrever cartas. Eles aprendem brincando”, explicou.
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