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VIDA URBANA

Especialista em transporte defende faixas exclusivas de ônibus e uso de BRT's

Urbanista Nazareno Stanislau fala sobre mobilidade urbana no Seminário Cidade Expressa, nesta sexta-feira, em Campina Grande.

Publicado em 02/06/2016 às 16:00

A mobilidade urbana em Campina Grande voltará a ser tema de discussões entre especialistas, políticos e a população em geral. Nesta sexta-feira (3), a partir das 8h, o Teatro Facisa, no bairro Catolé, recebe a quarta edição do seminário Cidade Expressa. Um dos presentes será o urbanista Nazareno Affonso Stanislau, coordenador do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos (MDT). Ele vai mediar um debate sobre “Prioridade ao transporte público coletivo”. Aproveitando o assunto, o JORNAL DA PARAÍBA bateu um papo com ele.

Como você avalia as medidas executadas pelas autoridades públicas para colocar em ação o plano de mobilidade urbana?
Em termos gerais, no Brasil, as autoridades públicas ainda estão presas a modelos clássicos de intervenção na mobilidade, mantendo o favorecimento dos automóveis e ampliando espaços de estacionamentos e vias para eles. Essa postura vai contra as premissas da Lei da Política Nacional de Mobilidade (Lei 12.587/12) que determina que a via seja democratizada, cabendo aos automóveis 30% delas, que é o que ele transporta.

Você acredita que a gestão pública peca em pensar principalmente nos carros, duplicando as faixas e reduzindo calçadas?
As administrações confrontam a lei da mobilidade ao fazer isso. A via pública, segundo a Lei 12.587/12, deve ser democratizada de forma a priorizar primeiro os meios não motorizados, logo calçadas e ciclovias e ciclofaixas. Depois, o transporte coletivo com proibição de estacionamento onde circulam os ônibus e implantação de faixas e corredores exclusivos de modo a resgatar os 50% do sistema viário ocupado irregularmente pelos automóveis que, ao invés de ocuparem 80%, devem ocupar 30%, que o que transportam de passageiros.

No Cidade Expressa, você vai mediar um debate sobre a “Prioridade ao transporte público coletivo”. Quais são as medidas que podem desafogar o sistema de ônibus no país?
Primeiramente proibindo de ter estacionamento em todas as vias em que circulam ônibus. Depois implantando cada vez mais faixas exclusivas de ônibus e, em corredores de maior demanda, colocar BRTs. Ao mesmo tempo, fazer uma política de estacionamento de carros para esses se integrarem aos sistemas estruturais nas periferias e restringir estacionamentos nas vias das áreas centrais e centros de bairros. Logo tirar os ônibus dos congestionamentos dos carros, deixando assim dos usuários pagarem um pedágio de 20% a mais nas tarifas por causa dos ônibus estarem nos congestionamentos.

Como deixar o transporte público coletivo atraente para diminuir a quantidade de carros nas ruas?

Melhorando a informação online para os usuários saberem em quanto tempo chega o seu ônibus, abrigos com informação, ônibus com piso baixo e motor traseiro e cada vez mais faixas de ônibus para reduzir tempo de viagem. De outra parte, tirar privilégios dos automóveis fazendo eles pagarem tributos sobre a gasolina e sobre a propriedade, bem como taxar os estacionamentos para financiar o transporte público, e melhorar as calçadas e implantar ciclofaixas e ciclovias.

Qual tem sido o papel do Cidade Expressa no desenvolvimento da pauta mobilidade urbana em Campina Grande?
Uma experiencia inédita de controle social da implantação de Plano de Mobilidade. Junto tem o conselho que monitora cotidianamente. Acho que deve ser uma experiência que deve ser divulgada pelo país para ser copiada.

Você acompanha o Cidade Expressa desde o início. Como você vê as conquistas do seminário até aqui?
Acompanho participando de alguns seminários e vejo um amadurecimento de seus resultados, o Plano de Mobilidade sendo acompanhado é uma das conquistas.

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Jornal da Paraíba

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