VIDA URBANA
Estado exonera Dinamérico Cardim após confirmar torturas no Roger
Diretor estava afastado do presídio para ser investigado, mas relatório de sindicância concluiu que presos sofreram agressões, inclusive o réu da chacina do Rangel.
Publicado em 31/07/2009 às 7:13
Karoline Zilah
Após receber o relatório de uma sindicância que confirmou que os detentos do Presídio do Roger, em João Pessoa, sofreram tortura durante a administração de Dinamérico Cardim, o governador José Maranhão oficializou a exoneração do ex-diretor.
A portaria publicada nesta sexta-feira (31) excluiu as possibilidades de Dinamérico retornar às suas funções, já que, até a quinta-feira, ele estava apenas afastado para ser investigado. A Comissão de Sindicância foi instalada no dia do afastamento do diretor, 13 de julho, para apurar denúncias de que ele estaria envolvido no espancamento de Carlos José dos Santos, réu por cinco homicídios e dois atentados no caso que ficou conhecido como a chacina do Rangel.
Um vídeo foi divulgado na internet mostrando cenas do detento sofrendo agressões, mas ainda não havia certezas se o diretor estava nas imagens. Uma perícia concluiu que a filmagem foi feita das dependências do Roger.
No entanto, este foi apenas o episódio que culminou a polêmica em torno de Dinamérico Cardim. Além de já ter sido denunciado por tortura, no começo do mês de julho, ele foi alvo de protestos de familiares de detentos quando pediu as suspensões das visitas por um mês, depois que houve um assassinato no pátio da unidade prisional.
Nas primeiras semanas do afastamento de Dinamérico, quem assumiu a diretoria da casa foi Jiddu Fernandes, que respondia pela direção adjunta do Presídio de Segurança Máxima de Mangabeira. Na semana passada, no dia 24, o advogado Irênio de Macedo Pimentel assumiu interinamente a direção da Presídio do Roger. Ele era assessor jurídico da Secretaria de Administração Penintenciária da Paraíba
Assim como a exoneração de Dinamérico Cardim, o Diário Oficial trouxe também a portaria que nomeia oficialmente Irênio Pimentel para a direção do Presídio do Roger e uma espécie de “reforma” nas unidades prisionais da Paraíba, com a transferência de vários diretores e chefes de segurança de penitenciárias modelo e cadeias públicas de todo o estado.
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