VIDA URBANA
Estudantes sem acessibilidade
Instituições de ensino estão se preocupando com mecanimos que facilitem o acesso dos estudantes.
Publicado em 07/10/2012 às 8:00
A vida estudantil encontra alguns obstáculos, incluindo a entrada na universidade. Para a maioria dos estudantes, depois da aprovação a única preocupação são os testes, os seminários e até a futura graduação, mas alguns alunos encontram barreiras diárias, inclusive em questões simples, como o acesso às salas de aula. São os portadores de deficiência física que acabam encontrando na falta de acessibilidade dificuldades que chegam a ser verdadeiras barreiras. Em Campina Grande, as instituições públicas de ensino começam a se preocupar com os novos centros, construções que oferecem mecanismos de acesso, mas que ainda estão incompletos.
A Lei 10.098/00, que estabelece normas e critérios para a promoção da acessibilidade dos portadores de deficiência ou mobilidade reduzida, deixa bem claro o que deve ser feito para que estas pessoas não encontrem dificuldades dentro dos edifícios públicos ou de uso coletivo, além dos privados, dentre eles, as universidades e faculdades. O estudante Alindemberg Oliveira faz o curso de Direito, na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que possui hoje oito alunos com deficiência, e contou que o prédio antigo da instituição não oferece muitas condições para pessoas com deficiência visual, assim como ele.
“Não existe nenhuma sinalização em braille para identificar salas ou banheiros, assim como livros em braille na biblioteca, mas através da tutora posso ter acesso aos livros e aprender de forma mais rápida”, contou. Rampas de acesso são os mecanismos de mobilidade mais encontrados nas universidades, mas a acessibilidade não se limita apenas a este recurso. Outro importante mecanismo de acesso e sem dificuldade de instalação são os pisos táteis, que possuem placas de borracha antiderrapante e superfícies de relevo que orientam o percurso no ambiente.
Embora faça toda a diferença, esses acessórios não são encontrados na maioria das instituições de ensino superior de Campina Grande. Nas universidades públicas esse problema é ainda maior, os prédios antigos, com uma estrutura difícil de ser modificada, praticamente não oferecem condições de receber os portadores de necessidades. Na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), por exemplo, 90 dos 160 prédios estão inacessíveis para essas pessoas. Segundo o prefeito da UFCG, Eduardo Bonates, as 70 novas construções estão sendo montadas ou já estão prontas, com uma arquitetura pensada para os deficientes. No local, 45 estudantes declararam possuir alguma deficiência.
“A única solução que encontramos para os prédios antigos foi a instalação de plataformas, uma espécie de elevadores para os deficientes, mas o MEC ainda não aprovou o projeto que foi elaborado há cinco anos”, contou. Dessa forma, os alunos com deficiência são instalados em salas do térreo ou precisam da ajuda de terceiros para se deslocar a pavimentos superiores. Na UEPB, uma nova central de aulas foi construída para atender cerca de oito mil alunos e projetada para que o acesso de estudantes e comunidade externa que precise de suporte na estrutura, seja facilitado. Apesar de ser um prédio moderno, ainda falta a instalação de alguns equipamentos como as inscrições em braille.
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