VIDA URBANA
Estudantes sem aula e provas
Estudantes de cursos supletivos da capital aguardam decisão judicial sobre validade dos diplomas.
Publicado em 03/07/2012 às 6:00
Os alunos que estudam em supletivos de João Pessoa continuam com as aulas e provas suspensas. Enquanto não houver uma posição em relação à validação ou não dos certificados emitidos pelos supletivos da capital, eles vão ter que continuar aguardando. O desfecho do problema foi adiado porque o Ministério Público pediu, no início deste mês, novos esclarecimentos à Secretaria de Estado da Educação e ao Conselho Estadual de Educação da Paraíba sobre as supostas irregularidades praticadas pelos supletivos.
Enquanto não se chega a uma conclusão, as aulas e provas dos supletivos estão suspensas, desde outubro do ano passado. Sem aulas e provas, os estudantes não conseguem finalizar o curso e obter o certificado. O vendedor Cláudio Ramos é um dos estudantes de supletivo que aguardam o fim dessa situação.
“Estou eu e diversas pessoas prejudicadas com tudo isso.
Faltavam apenas quatro provas para eu finalizar o curso e conseguir o certificado, mas agora está tudo parado”, contou.
Cláudio precisa da certificação para comprovar sua escolaridade no atual emprego e disse estar apreensivo com a situação ainda não resolvida. “O pior de tudo é que preciso desse certificado para apresentar no meu trabalho, porque eles já estão cobrando.
Estou com medo de perder uma oportunidade, mas só me resta esperar agora”, revelou.
No novo pedido, a promotora Fabiana Lobo solicitou à Secretaria de Educação da Paraíba exemplares de provas aplicadas pelos supletivos, em João Pessoa, no período entre 2002 e 2011. O MPPB também pediu ao governo informações sobre os responsáveis pela aplicação dessas provas na capital. Já ao Conselho Estadual de Educação, a promotora solicitou um relatório detalhado sobre as provas aplicadas pelos supletivos.
“Já estamos apurando tudo, fizemos solicitações à Secretaria e ao Conselho e estamos aguardando”, disse a promotora.
A promotora Fabiana Lobo também disse que, caso a apuração apresente que houve irregularidades e resulte na invalidação dos diplomas, a única possibilidade para os estudantes que se sentirem prejudicados é entrar na justiça. “Se for comprovado que houve irregularidade, os estudantes que perderem seus diplomas vão ter que ingressar na via judicial para resolver o problema”, explicou Fabiana.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Educação, a Secretaria não pode dar maiores detalhes sobre o assunto ainda, mas garantiu que a apuração dos fatos está sendo feita.
Já o presidente do Conselho Estadual de Educação da Paraíba, José Francisco de Melo, informou que as informações solicitadas já foram encaminhadas à Promotoria.
Os donos de supletivos concordam com as informações solicitadas pela promotoria. De acordo com o dono da escola Getúlio Vargas, de João Pessoa, J.R. Maia, saber quem é o responsável pela aplicação dessas provas é fundamental para a apuração do caso, já que a certificação, na época, estava sendo feita normalmente pela Educação. “Os certificados que dei foram todos homologados durante esse tempo pela Secretaria de Educação, com tudo feito corretamente. Como agora vão dizer que tem algo de errado e que esses certificados não têm validade?”, questionou.
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