Excluídos vão às ruas

A edição 2013 do Grito dos Excluídos de Campina Grande, que será realizado a partir das 7h do próximo sábado, Dia da Independência, contará com a presença de mais de 20 pastorais sociais, além de organismos de ação social, paróquias, novas comunidades, sindicatos, ONGs, movimentos sociais, eclesiais e estudantis, que deverão reunir mais de 500 pessoas na praça da Catedral de Nossa Senhora da Conceição. A proposta é dialogar com as mobilizações que aconteceram em todo país nos últimos meses na cobrança por direitos básicos, como transporte de qualidade, moradia, saúde, educação e pela reforma política.

Com o tema “A vida em primeiro lugar”, o movimento irá reunir seus participantes simultaneamente na realização do desfile cívico na cidade, que ocorrerá na avenida Floriano Peixoto, com concentração próxima à igreja Catedral. De acordo com um dos organizadores, padre José Benedito dos Reis, esta será mais uma oportunidade para que as pessoas que vão acompanhar o desfile também possam participar das atividades que serão realizadas ao longo de toda manhã. Segundo ele, além das reflexões sociais, também haverá atividades celebrativas.

"Nosso objetivo é transformar uma participação passiva nas comemorações da Independência em uma cidadania consciente e ativa por parte da população. Ofereceremos um espaço de convergência em que vários atores sociais se juntarão para protestar e propor caminhos novos", afirmou o padre Benedito, que ainda confirmou que após o desfile cívico os participantes irão promover uma caminhada até o Parque do Povo, onde serão encerradas as atividades do Grito.

Ainda durante a programação da manifestação, está previsto um momento de reflexão com a participação de dom Manoel Delson, bispo da Diocese de Campina Grande, além de ações com crianças e jovens envolvendo animação e ciranda. Na praça da Catedral também serão encerradas as discussões que estão sendo feitas ao longo desta semana nos seminários da cidade sobre as perspectivas de um projeto popular para o país, fortalecendo as lutas unitárias entre as forças sociais do campo e da cidade.

CIDADES DO SERTÃO NÃO REALIZARÃO ATO

As dioceses de Patos e Cajazeiras, esta última que também abrange o município de Sousa, não vão promover nenhuma atividade do Grito do Excluídos esse ano. Apesar de agregar cerca de 100 cidades, os dois polos da igreja preferiram transferir as ações promovidas pelas pastorais para outras datas, como também reestruturar suas equipes.

Foi o que explicou o padre João Saturnino, de Patos, confirmando que até o fim deste mês a equipe de atividades sociais deverá ser composta por novas pessoas, para que as atividades possam ser realizadas. “Estamos em fase de articulação com os diversos grupos sociais, e em breve iremos retornar às nossas atividades. Não vamos nos reunir no dia 7 de setembro, mas posteriormente”, disse o pároco.

Já em Cajazeiras, a tradicional atividade foi substituída por dois dias de discussão no final do mês. Nos dias 28 e 29 de setembro mais de 50 representantes de entidades sociais se encontrarão no Centro Pastoral dom Matias Patrício de Macedo para participar do Seminário Sustentabilidade e Desenvolvimento para o Semiárido.

“Estamos engajados nas discussões sobre a convivência com o Semiárido, por isso queremos estender as discussões para buscar alternativas para as famílias que convivem com a estiagem”, disse o coordenador da pastoral social, padre Ernaldo José.