VIDA URBANA
Existem mais pardos nas favelas
As pessoas que se autodeclaram pardas são maioria entre os moradores das comunidades carentes da Paraíba.
Publicado em 29/01/2012 às 8:00
As pessoas que se autodeclaram pardas são maioria entre os moradores das comunidades carentes da Paraíba. Conforme o IBGE, eles estão em 74.302 habitantes, 10,9% de um total de 677.339 pardos que vivem nos centros urbanos das cinco cidades que possuem conglomerados subnormais e estão apontadas no estudo.
Em números absolutos, em seguida, aparecem os brancos, com 41. 661 moradores em áreas carentes, 7,1% dos 585.393 que vivem nas cidades consideradas na pesquisa. Levando em conta os números percentuais, no entanto, a população negra é a que tem a maior parte da sua população nas periferias.
Segundo o IBGE, 13,2% (12.477 habitantes) da sua população total de 94.095 habitantes estão nesse locais. Para o professor do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Antônio Rangel, no Brasil, a cor da pele sempre foi motivo de distinção.
“Sem dúvidas, os números revelam uma dívida histórica que o país tem com os negros e que tem consequências que somente serão amainadas com muitas décadas, talvez séculos de muita política de investimentos - com distribuição da renda, inserção social, combate ao preconceito e ao racismo”, opina Antônio Rangel.
Ele pondera, ainda, que a classificação precisa de raça/cor da população é difícil no Brasil, em virtude da grande miscigenação. “Historicamente a população negra brasileira, em sua maioria, não se reconhecia como tal. Há casos de famílias que possuem dois filhos, um deles de aparência parda e outro de aparência negra. Aí surge a pergunta: ambos são negros? Talvez essa seja uma das razões de ter sido 'implantada' em anos recentes a expressão 'afrodescendente', pois, quase todos nós somos afrodescendentes”, comenta.
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