VIDA URBANA
Exploração começa aos 7 anos em CG
Segundo a coordenadora local do Peti em Campina Grande, pais ainda têm a cultura de que o filho precisa ajudar em casa.
Publicado em 13/07/2012 às 6:00
Em Campina Grande, o Peti identificou que muitas crianças começam a ser “exploradas” a partir dos 7 anos de idade principalmente pelos pais ou seus responsáveis. Segundo a coordenadora local do programa, Maria das Dores Brito,os pais ainda têm a cultura de que o filho precisa ajudar em casa.
“Os pais acham que se a criança não trabalhar ela vai procurar outros meios de distração, podendo cair em situações perigosas, mas eles se enganam porque a partir do momento que a criança passa a trabalhar na rua, muitas vezes sem a vigilância dos pais, elas acabam conhecendo um mundo diverso e cheio de possibilidades”, esclareceu a coordenadora. Maria das Dores.
“Muitas dessas crianças também vêm de cidades circunvizinhas e acabam sendo trazidas pelos pais para ajudar no trabalho.
Muitos responsáveis têm benefícios assistenciais, mas mesmo assim, seus filhos continuam trabalhando. Acredito que não adianta cortar os benefícios da família, porque a situação da criança poderia até piorar. O trabalho tem que ser de conscientização, de respeito, de orientação, o que só gera resultados em prazos longos”, explicou a coordenadora.
Um exemplo dessa situação é uma adolescente de 13 anos que ajuda os pais vendendo frutas e feijão-verde todos os dias na Arca Catedral, no Centro. Ela estuda pela manhã e mora no José Pinheiro.
“Muitas vezes os pais não entendem e acham que a escola é mais do que o suficiente, mas a criança também precisa de lazer, de praticar atividades esportivas, de se socializar, e no Peti tudo isso é oferecido, inclusive com o acompanhamento de profissionais”, contou. Ela contou que os próprios adolescentes, em sua maioria ao completar 15 anos de idade, já se sentem auto-suficientes para administrar suas próprias vidas e querem sair do Peti, em busca de trabalho. “Essa consciência começa a se perpetuar de pai para filho e infelizmente o resultado todos conhecem, é a má formação educacional e a falta de estrutura psicológica”, contou. O trabalho no programa também se estende à família, através de oficinas profissionalizantes. (Isabela Alencar)
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