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VIDA URBANA

'Expo Braille' divulga método de leitura

Exposição chamou a atenção para o uso do método Braille como forma de incluir deficientes visuais e manter independencia.

Publicado em 09/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 16/01/2024 às 17:44

O Instituto dos Cegos de Campina Grande, promoveu ontem, na Praça da Bandeira, a 1ª Expo Braille da cidade. O evento chamou a atenção do uso do método para a inclusão das pessoas com deficiência visual na sociedade e de forma independente. No Brasil, o Dia Nacional do Braille, comemorado ontem, foi instituído há 4 anos.

Durante todo o dia de ontem, membros do Instituto dos Cegos estiveram na Praça da Bandeira, mobilizando a todos para participar da 1ª Expo Braille, que também divulgou o método, além dos bens e serviços realizados pela escola. A presidente do instituto, Adenize Queiroz, contou que o Dia Nacional do Braille foi instituído no Brasil há quatro anos e que apesar da vasta legislação, que hoje defende que cada escola ou sistema público deve ter transcritores e revisores braille, isso ainda não acontece, inclusive na Paraíba.

No Estado, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 20% da população paraibana (estimada em 3.914.421 em 2013), possui alguma deficiência visual. “Embora o braille ainda não seja uma língua, mas está se difundindo ainda mais o sistema universalmente.

Como é uma legislação nova, precisa ser divulgada, porque ainda não temos transcritores e revisores braille oficialmente contratados aqui no Estado, cabe à própria pessoa cega se mobilizar para fazer cumprir essa lei”, informou a presidente.

Ela explicou que a exposição é uma forma de mostrar que a pessoa com deficiência, através do método de leitura tático, pode chegar desde a escola infantil até o ensino superior e ir para o mercado de trabalho. A própria Adenize foi alfabetizada aos 6 anos de idade, pelo sistema braille e hoje é mestre em Educação. “O método braille dá autonomia e independência às pessoas com deficiência visual e é isso que nós estamos querendo mostrar, que a ausência da visão não é uma barreira.

Quando a criança ou jovem aprende o método, ele pode ser incluído em qualquer nível de ensino e no mercado de trabalho”, contou.

Conforme a presidente, a produção de materiais ainda é pequena, porque o método braille ocupa muito espaço e produzir material em braille é caro. “Hoje uma impressora braille profissional custa em torno de R$ 25 mil, daí o motivo da escassez de produção braille. A nossa maior dificuldade é não ter o sistema ainda nos espaços públicos”, acrescentou. Na tenda montada na Praça da Bandeira, vários materiais como livros de escritores reconhecidos, a exemplo de Raquel de Queiroz, máquina de escrever em braille, sintetizadores de vozes em vários equipamentos e manuais de escrita, leitura e registro, foram expostos.

Segundo o superintendente do Instituto dos Cegos, John Queiroz, também foram disponibilizados à venda materiais e produtos, através de uma parceria com a Associação Pernambucana de Cegos (Apec). O instituto hoje atende 158 alunos, entre crianças, adolescentes e adultos, oferecendo serviços de aprendizagem que vão desde a alfabetização até a chegada à universidade, através dos cursinhos pré-vestibulares.

Conforme sua presidente, a escola continua aberta a qualquer pessoa com deficiência visual que precise de auxílio.

COMO SURGIU

Há 200 anos, o francês Louis Braille inventou um sistema que se tornaria o mais eficiente para a leitura por pessoas com deficiência visual. O sistema foi a principal porta de entrada para a inserção dessas pessoas na educação e mercado de trabalho.

Imagem

Jornal da Paraíba

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