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VIDA URBANA

Falta de educação e desrespeito no trânsito refletem em multas e infrações

Solução e paz no trânsito só é possível com gentileza. Confira na segunda reportagem da série 'Cidadania e Bem Comum', da Rede Paraíba de Comunicação.

Publicado em 10/03/2015 às 7:00 | Atualizado em 19/02/2024 às 17:04

Trânsito caótico, com motoristas estressados e pedestres impacientes, cada um querendo passar na frente do outro. Nesse cenário, a gentileza parece que foi esquecida; os bons costumes também. Com frota superior a um milhão de veículos, o trânsito na Paraíba virou um caldeirão em chamas, como uma bomba prestes a explodir. Ironicamente, o motorista que reclama com o pedestre que não espera o sinal fechar para atravessar na faixa, é o mesmo que estaciona, sem cerimônias, em locais proibidos.

Por outro lado, o pedestre apressado não quer respeitar a preferência dos veículos nos locais onde há semáforos. E assim, nesse círculo vicioso, o trânsito virou sinônimo de estresse e pede a colaboração de todos. Por tudo isso, o tema foi escolhido para a segunda reportagem da série 'Cidadania e bem comum', publicada pelo JORNAL DA PARAÍBA e pelos demais veículos da Rede Paraíba de Comunicação. O objetivo é refletir sobre os problemas existentes no trânsito e destacar o papel de cada um, condutores e pedestres, para melhorar esse cenário.

A falta de educação e o desrespeito se refletem em multas e autos de infração. Em João Pessoa, no ano passado, foram aplicados 119.280 autos de infração, segundo a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob). Os casos mais frequentes foram transitar com velocidade superior à máxima permitida; dirigir falando ao celular; não usar cinto de segurança; e estacionar em locais e horários proibidos. Só no primeiro mês deste ano, também na capital, foram 8.765 autos de infração, o que dá uma média de 292 por dia.

De acordo com o superintendente da Semob, Roberto Pinto, o principal objetivo do órgão é orientar a população em busca da redução do número de acidentes e garantir a tranquilidade do pessoense nas vias. “A população é parceira neste trabalho e cobra ações para acabar com os abusos no trânsito, compreendendo que as fiscalizações auxiliam na segurança tanto dos motoristas quanto dos pedestres”, afirmou Pinto.

Os flagrantes feitos pelo JORNAL DA PARAÍBA confirmam a desorganização no trânsito. Na capital, no bairro de Mangabeira, a doméstica Josiene da Silva passou cerca de cinco minutos esperando para passar na faixa de pedestre. “Os veículos não param e a gente tem que esperar. Aceno com a mão, mas nem sempre adianta”, declarou a doméstica. Na rua Almirante Barroso, no Centro, a manicure Eliete Patrício também aguarda para passar na faixa de pedestre. Ela pede passagem, mas na maioria das vezes tem que esperar.

Ainda no Centro, na rua Pedro I, são os motoristas quem reclamam dos pedestres. Em uma faixa onde há semáforo, é preciso aguardar o sinal fechar para os veículos para então passar com segurança, mas não é isso o que acontece. Segundo o taxista Rubem Sarmento, as pessoas simplesmente passam e ignoram os carros, que param para não provocar acidentes. “Infelizmente o pedestre cobra muito de nós motoristas, mas deixa de fazer a parte dele”, declarou.

A reportagem passou cerca de 20 minutos no local e confirmou a reclamação dos condutores. A professora Priscila Elaine Pereira foi uma das pessoas que passou quando o sinal estava vermelho para os pedestres. Acompanhada de uma criança de cinco anos, ela atravessou a rua desprezando o risco de atropelamento. Quando questionada pela atitude, ela respondeu: “Não costumo fazer isso, espero o sinal fechar para passar, mas agora estava apressada e não vinha carro”.

EDUCAÇÃO É ÚNICA FORMA DE MUDANÇA
Na avaliação da psicóloga Renata Toscano, especialista em trânsito, tanto condutores quanto pedestres são responsáveis pelo caos instalado no trânsito das grandes cidades. No entanto, ela fez a ressalva de que nem todo pedestre é condutor, mas todo condutor, em algum momento, é também pedestre, e passou pelo processo educativo na autoescola, portanto, tem mais conhecimento das leis de trânsito. Seguindo esse raciocínio, a psicóloga disse considerar que o motorista desrespeita mais.

Conforme a psicóloga, o caos que se vê no trânsito é consequência do estado de esgotamento físico e mental dos indivíduos. “Tal situação contribui para que sejamos individualistas, intolerantes e agressivos no trânsito. Passamos a ser mais apressados, não damos passagem ao outro condutor ou pedestre, passamos a agredir verbalmente, desrespeitamos pessoas, dentre outras atitudes dessa natureza”, afirmou Renata.

O ato de estacionar em local proibido, por exemplo, é avaliado pela especialista como um reflexo da sociedade, onde há a inversão de valores. “Vivemos em uma sociedade onde as pessoas não respeitam as leis e normas de seus pais, de suas casas. Pessoas que não se respeitam, não possuem valores, passam a ser individualistas e não pensam no outro”, declarou. Segundo Renata, o desrespeito às leis de trânsito nada mais é que o desrespeito ao direito do outro, que pode ser um idoso, um cadeirante etc.

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Jornal da Paraíba

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