Falta dente para aulas práticas de odontologia na UFPB

As aulas práticas do curso de odontologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) têm carência de dentes humanos para atender os alunos do 4º ao 7º período. Atualmente, há o Banco de Dentes, criado no início deste semestre, mas que estoca pouco mais da metade da quantidade necessária. Antes da criação do banco, até o primeiro semestre deste ano, os próprios alunos tinham que conseguir a doação de dentes com dentistas ou pessoas conhecidas. Hoje é comemorado nacionalmente o Dia do Dentista.

Atualmente, o Banco de Dentes Humanos do Centro de Ciências da Saúde da UFPB possui cerca de 350 dentes, mas precisaria de, pelo menos, 600. “Agora, com o banco, mesmo com o estoque ainda reduzido, institucionalizamos o serviço com a biossegurança adequada e de acordo com os princípios éticos”, destaca a professora de odontologia da UFPB e coordenadora do Banco de Dentes Humanos, Rosângela Marques Duarte.

Ela explicou que, antes do funcionamento do banco, os próprios alunos tinham que levar os dentes para as aulas, após conseguirem o material com dentistas conhecidos. “Eles pediam favores aos profissionais e nem todos conseguiam. Além disso, o dente é um potencial infectante e o manuseio inadequado pode trazer prejuízos à saúde”, esclareceu a professora Rosângela, acrescentando que, já que os dentes eram levados pelos estudantes, a universidade não sabia a procedência desse material.

A partir deste semestre, estão sendo feitas doações diretamente à universidade. Quando o dente chega ao banco, é selecionado, feitas a limpeza, desinfecção e esterilização para que possa, enfim, ser manuseado pelos estudantes. A professora Rosângela disse que os alunos precisam fazer esse trabalho pré-clínico com dentes humanos antes de atenderem aos pacientes. “Primeiramente, eles usam dentes artificiais, de resina, mas que não traduzem todas a propriedades do dente real. Por isso, é preciso, a partir do 4º semestre o dente humano”, afirmou a coordenadora do Banco de Dentes.

A aluna do 9º período Renally Wanderley, disse que quando passou pelas disciplinas que necessitavam de dentes humanos, pedia o material a uma dentista amiga da sua mãe. “Como a universidade não tinha o banco, o único jeito era assim. A gente saía pedindo para conhecidos”, disse a estudante. A professora Rosângela garante que, mesmo antes do banco, todos os alunos conseguiam fazer as aulas práticas, já que alguns estudantes levavam uma quantidade maior do que a que iria usar.

Rosângela Duarte ainda acrescentou que o Banco de Dentes da UFPB é o único da Paraíba. No Brasil, existem cerca de 15 bancos. O primeiro a ser criado no país foi na Universidade de São Paulo (USP), na década de 1970, que conta com um estoque de cerca de doze mil dentes.