VIDA URBANA
Falta insulina há mais de dois meses para diabéticos na Paraíba
Pacientes diabéticos que recebem insulina de efeito rápido da Secretaria de Estado da Saúde estão sem fornecimento da medicação há mais de dois meses.
Publicado em 16/08/2011 às 9:40
Do Jornal da Paraíba
Pacientes diabéticos que recebem insulina de efeito rápido da Secretaria de Estado da Saúde (SES) estão sem fornecimento da medicação há mais de dois meses. São cerca de 300 pacientes. Na segunda-feira (15), o promotor da Saúde João Geraldo Carneiro Barbos, enviou ofício à SES recomendando a regularização no fornecimento de vários medicamentos em falta, entre eles, insulina.
De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria a interrupção se deu em virtude de um atraso por parte do fornecedor, mas a previsão é que o serviço seja normalizado em até 10 dias.
Micheline de Oliveira, mãe de Kíssya Gabrielle, de 18 anos, afirmou que a filha, que tem diabetes tipo 1, estava sem receber a quantidade correta de canetas aplicadoras da solução injetável NovoRapid desde maio. “Minha filha faz uso desse tipo de insulina desde os nove anos de idade. Nunca tinha faltado, mas como ela precisa disso com urgência, há dois meses eu tenho de comprar”. Ela disse que já gastou mais de R$ 200, e que vai entrar com um processo para pedir ressarcimento do valor ao Estado.
De acordo com estimativa do Núcleo de Assistência Farmacêutica da SES, existem, atualmente, cerca de 300 pacientes diabéticos que recebem esse tipo de insulina em todo o Estado.
Micheline de Oliveira explicou que, no mês passado, soube que havia chegado no setor de distribuição uma quantidade da solução injetável, mas chegando lá recebeu apenas uma caneta aplicadora, quando na verdade são necessárias pelo menos duas por mês. Por causa disso, sua filha tem alternado os dias em que faz uso da insulina rápida. “Estou preocupada porque ela vem perdendo peso”, disse Micheline.
A diabetes é uma doença crônica caracterizada pela deficiência na produção do hormônio insulina pelo pâncreas. Conforme explicou a médica endocrinologista Danielle Albino, quando uma pessoa tem a doença, significa que o organismo não produz insulina em quantidade suficiente ou não faz uso adequado do hormônio produzido. Por isso, o diabético tem de fazer uso de dois tipos de insulina, um de longa duração, que é aplicado uma vez ao dia, e outro de efeito imediato, para aplicar antes das refeições ou quando a glicemia estiver muito elevada.
A médica alertou sobre os problemas que um paciente diabético pode apresentar ao não fazer uso da insulina em quantidade suficiente: “A taxa de glicose tende a aumentar e esse paciente pode ter desde desidratação até complicações mais graves, a exemplo de um estado de coma”.
A mãe de Kíssya Gabrielle informou que foi ontem ao setor de distribuição da SES, mas lá informaram, mais uma vez, que o medicamento NovoRapid estava em falta e que não havia previsão para chegar. O secretário Estadual de Saúde não foi encontrado para comentar a falta de medicamentos e a recomendação do Ministério Público, bem como as medidas que estão sendo tomadas para regularizar a situação.
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