VIDA URBANA
Falta soro antirrábico humano nos hospitais
Ministério da Saúde enviou comunicado à SES informando dificuldade de abastecimento.
Publicado em 29/08/2014 às 9:00 | Atualizado em 11/03/2024 às 12:11
Os usuários do serviço público de saúde que precisarem de atendimento após serem atacados por cães e gatos estão encontrando dificuldades para receber assistência nos hospitais da Paraíba. O motivo é uma fase de desabastecimento do soro antirrábico humano que já atingiu toda a rede de atendimento no Estado e tem comprometido o combate contra a transmissão da raiva. Apesar da ausência do soro, o Núcleo de Imunização do Estado afirma que as vacinas que fazem parte do combate à doença estão disponíveis nos postos de saúde dos municípios.
De acordo com Isiane Queiroga, chefe do Núcleo de Imunização da Paraíba, o Ministério da Saúde enviou um comunicado na semana passada informando da dificuldade de manter o abastecimento regular do soro nos hospitais onde o atendimento inicial é feito. Segundo ela, só foram disponibilizados 55% da demanda nacional mensal, o que forçou a Secretaria de Estado da Saúde (SES) a esperar novas remessas para reposição do medicamento da doença transmitida após ferimentos causados por cães e gatos.
Esse documento apresentado pelo Núcleo de Imunização ainda aponta que o período de produção do soro antirrábico através dos laboratórios contratados pelo ministério deverá se estender até a semana que vem. Contudo, o prazo para o recebimento das doses pode demorar até 45 dias, já que o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) deverá realizar testes para verificar se os lotes estão de acordo com as determinações para o uso. “Nos foi pedido para que fossem realizados remanejamentos quando possível até que os estoques fossem regularizados. Mas estamos com falta”, disse Isiane Queiroga.
A ausência do soro antirrábico foi sentida por Júlia Arnaud, funcionária pública, que mora no bairro de Bodocongó, em Campina Grande. Atacada por um gato, ela procurou o Hospital de Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, que confirmou a versão da chefe de Imunização acerca da falta do soro. Júlia ainda foi até dois postos de saúde coordenados pelo município, mas sem sucesso ficou sem atendimento. “No hospital não tinha o soro. Fui em dois postos e não tinha a vacina. Por isso fiquei sem atendimento”, contou a funcionária, que se dirigiu até João Pessoa para buscar atendimento.
A coordenadora de Imunização de Campina Grande, Miralva Cruz, afirmou que esta semana entregou 50 doses da vacina antirrábica humana, e que desconhece a versão da usuária.
Segundo ela, em casos de ataque de cães e gatos, o paciente é avaliado para saber se ele precisa tomar o soro primeiro, ou pode receber apenas a vacina, que pode ser aplicada em duas ou cinco doses. “Eu distribuí 20 doses no posto de saúde no bairro do Catolé e 30 doses no Francisco Pinto, no Centro, há poucos dias. O que estamos enfrentando é uma falta do soro nos hospitais, mas no município nós dispomos da vacina”, reforçou Miralva.
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