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VIDA URBANA

Faltam recursos para combater a dengue nas cidades da Paraíba

Secretários de Saúde revelam escassez de larvicida e de investimentos. Somente este ano, 11.914 casos de dengue foram notificados.

Publicado em 11/06/2015 às 7:40 | Atualizado em 08/02/2024 às 12:28

Apesar de a Paraíba já possuir 68 cidades com quadro de epidemia de dengue, diversos municípios do Estado estão sofrendo com a falta de larvicidas e de carros fumacês para o combate ao mosquito da dengue. A denúncia foi feita por secretários de Saúde de cidades do Brejo ao Sertão que revelaram o aumento de casos notificados e confirmados da doença no período de escassez dessas ferramentas de controle, que teve início no mês de abril deste ano.

Somente entre janeiro e maio deste ano, 11.914 casos suspeitos de dengue foram notificados na Paraíba, número 189% superior ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 4.115 casos no Estado. Esse número mostra, ainda, um significativo aumento dos casos entre os meses de abril e maio, quando o Estado pulou de 6.052 casos para 11.914, ou seja, 5.862 casos em apenas um mês. Os dados são do último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), que apontou, ainda, as 68 cidades que estão com quadro epidêmico da doença (registraram mais de 300 casos por 100 mil habitantes).

Um dos municípios listados pela SES com quadro de epidemia é Arara, cidade do Agreste paraibano, que fica a cerca de 172 km de João Pessoa. Conforme o secretário de Saúde da cidade, Carlos Junior, em 2014 foi possível realizar um efetivo combate da doença, possibilitando fechar o ano sem um caso sequer confirmado da doença na cidade. Ele lamentou que este ano isso não tenha sido possível e elencou como principal problema enfrentado a falta dos larvicidas.

“Tivemos que enviar nossos agentes de endemias sem nenhum material de trabalho para as casas. Focamos nos trabalhos de orientação e conscientização, mas não podíamos fazer muito além disso por conta da falta de material”, declarou, revelando, ainda, que enviou diversos ofícios à Secretaria de Estado da Saúde para o envio de um carro fumacê à cidade no último mês, contudo ainda não foi atendido. “Nós estamos à espera do fumacê há mais de um mês e até agora nada. Essa situação foi agravada pela completa falta do larvicida. Eu acredito que essa falta foi o que ocasionou essa quantidade de casos no município, porque não deixamos de fazer nosso trabalho”, acrescentou.

Além de Arara, o município de Catolé do Rocha, no Sertão, também enfrenta a situação da falta dos larvicidas. De acordo com a secretária de Saúde da cidade, Paulina Maia, este ano já foram notificados mais de 100 casos da doença, dos quais sete foram confirmados. “Na nossa cidade, a falta d'água faz com que as pessoas tenham diversos recipientes armazenando água, então, pouco adiantava mandar agentes de endemias sem larvicidas ou com pouco material porque não adianta de nada tratar um recipiente e não tratar os demais”, afirmou. “Nós tivemos no início do ano um surto da dengue que conseguimos controlar, mas, com a falta dos larvicidas, esse combate foi prejudicado. Não é uma questão de apontar culpados, mas uma de nossas ações de controle só pode ser feita com a presença do composto”, afirmou.

A secretária de Saúde do município de São Bento, no Sertão, Sandra Brilhante, afirmou que a situação é preocupante. Ao todo, foram registrados mais de 300 casos suspeitos este ano, mas o município não recebeu recursos financeiros para o aumento do número de agentes de endemias e, para completar, teve a falta do larvicida. "Chegamos a ficar mais de 20 dias sem o composto (larvicida). Sabemos que isso não é a causa, mas é algo fundamental para fazermos o combate efetivo”, afirmou.
Secretários de Saúde de diversas outras cidades reunidos em João Pessoa também denunciaram a falta de larvicida e de investimentos.
O QUE DIZ A SES
A gerente de vigilância à Saúde da SES, Renata Nóbrega, reconheceu o problema e explicou que isso ocorreu entre os meses de abril e maio, contudo, a distribuição de larvicidas já vem sendo regularizada. “Nós recebemos os larvicidas do Ministério da Saúde, que tinha suspendido o abastecimento. Contudo, nós já regularizamos agora no fim de maio e estamos atendendo cada cidade de acordo com o pedido que é feito. Em geral, esse pedido é feito uma vez por mês”, detalhou.

Renata Nóbrega ainda reconheceu o quadro epidêmico em que diversos municípios da Paraíba se encontram, e alertou quanto à necessidade de um controle rotineiro do vetor da doença por parte dos municípios, que devem, ainda, notificar cada caso para um controle ainda mais efetivo. Com relação aos carros fumacês, ela informou que existem seis carros preparados para realizar esse trabalho nos 223 municípios. “Essa é uma intervenção restrita a áreas vulneráveis, pois evitamos o uso excessivo de inseticidas em áreas não indicadas. Nesse ano, 15 municípios receberam carro fumacê e nesse momento ele está atuando em 10 cidades”, disse.


A dengue na Paraíba de 1º de janeiro a 28 de maio de 2015


*Foram notificados 11.914 casos suspeitos de dengue, dos quais 4.105 foram confirmados e 1.680 foram descartados. Em relação ao mesmo período do ano passado, o número de óbitos confirmados caiu de cinco para um óbito.

Dentre os casos confirmados, 46 foram classificados como dengue com sinais de alarme, sendo 12 casos de dengue grave. Outros 6.129 casos estão sendo investigados.

Houve aumento da incidência de casos (número de casos/100 mil habitantes) em relação aos anos anteriores: em 2013, a incidência de casos era 171,17%; em 2014, 73%; e em 2015, 258,98%.

* Foram notificados sete casos suspeitos de febre chikungunya.


Atualmente, 68 municípios paraibanos (30,49%) estão classificados em epidemia de dengue, conforme preconiza o plano de contingência da Paraíba, ou seja, coeficiente de incidência (número de casos/100 mil habitantes) acima de 300%. São eles: Água Branca, Alagoa Grande, Alagoinha, Alcantil, Alhandra, Aparecida, Arara, Areia de Baraúnas, Areial, Aroeiras, Bananeiras, Baraúnas, Barra de Santana, Belém, Boa Vista, Brejo do Cruz, Brejo dos Santos, Cabaceiras, Caiçara, Camalaú, Catolé do Rocha, Caturité, Conde, Cuitegi, Dona Inês, Frei Martinho, Guarabira, Itaporanga, Juarez Távora, Junco do Seridó, Juru, Logradouro, Mãe D’água, Manaíra, Marizópolis, Matinhas, Monte Horebe, Monteiro, Nova Olinda, Ouro Velho, Parari, Pedra Lavrada, Pedro Régis, Piancó, Picuí, Pirpirituba, Pitimbu, Prata, Princesa Isabel, Puxinanã, Remígio, Riachão, Riachão de Santo Antônio, Riacho dos Cavalos, Santa Helena, São Bento, São José das Espinharas, São José do Sabugi, São José dos Ramos, São Sebastião do Umbuzeiro, Serra da Raiz, Sertãozinho, Sousa, Tavares, Teixeira, Umbuzeiro, Várzea e Zabelê.

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Jornal da Paraíba

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