VIDA URBANA
Família não acredita na versão da polícia para morte de Suênia
Parentes acreditam ex-companheiro da mulher teria motivação para o crime. "Esperamos que seja feita justiça", desabafou o tio da moça.
Publicado em 29/01/2016 às 17:19
“Essa suposta tentativa de assalto é uma montagem, conversa fiada”. Esse foi o desabafo de Eliandro Batista, tio de Suênia de Sousa Silva, monitora de qualidade que foi morta no último dia 7 de janeiro no bairro de Mangabeira, em João Pessoa, quando saía do trabalho. Segundo o tio, a família acredita que haja um suspeito claro que teria motivação para cometer o crime: o ex-companheiro da vítima. “A gente espera que seja feita a justiça e se não encontram um culpado, que prendam ele”, desabafou.
Na opinião do tio de Suênia, há motivos concretos para crer que o ex-companheiro de Suênia seja o autor do crime, família acredita que haja um suspeito claro que teria motivação para cometer o crime: o ex-companheiro da vítima. “A gente espera que seja feita a justiça e se não encontram um culpado, que prendam ele”, desabafou.. “No passado a mãe dela veio do Rio visitar a filha e a viu espancada. Além disso, um dia antes do crime ela pediu para ser escoltada. Precisa mais de quê para prender o culpado? Existem antecedentes”, disse, revelando, sem entrar em detalhes, que ainda havia uma disputa judicial entre Suênia e seu ex-esposo por um apartamento.
As informações da família da vítima não foram confirmadas pelo delegado responsável pelo caso, Luiz Cotrim. Para o relegado, existe uma linha de investigação clara que descarta as hipóteses levantadas pela polícia. “Nós já compreendemos a dinâmica do crime e repassamos à família, que precisa aceitar. Não existe essa história de crime passional. Vamos continuar as investigações e elucidaremos o caso, fazendo justiça e ajudando essa família a dormir em paz”, finalizou.
Na quinta-feira (28), a polícia divulgou o laudo do incidente que terminou com a morte de Suênia de Souza, 23 anos, ocorrido em 7 de janeiro. Sem informações conclusivas, a perícia revela que existe a possibilidade de assassinato, o que pode derrubar a hipótese de bala perdida acatada pela polícia nas primeiras investigações, porém ainda não está confirmado o assassinato.
As informações fornecidas pela Polícia Militar (PM) no dia do crime tomaram como base o que foi contado por testemunhas que estavam no local. As pessoas disseram que dois homens em uma moto anunciaram o assalto para um grupo de pessoas que estavam na rua, no momento em que a jovem saia do trabalho e na hora dos disparos ela foi acertada. Conforme a PM, as pessoas que estavam no local afirmaram que o bandido não escolheu em quem atirar e, não conseguiram identificar os assaltantes porque eles estavam usando capacete.
Suênia Souza tinha acabado de ser promovida dentro do call center, ela era mãe de uma menina de seis anos e, segundo a PM, não tinha envolvimento com o crime, nem possíveis inimigos. Ela foi levada ao hospital, mas não resistiu ao ferimento e morreu.
Insegurança
O assalto que terminou em tragédia no início deste mês é algo constante nas redondezas do local onde a monitora de qualidade da AeC foi morta. Segundo trabalhadores do local e moradores do bairro, assaltos são diários e o medo é um companheiro constante. De acordo com o atendente de telemarketing Rubenildo Fidelis, é praticamente diária a prática de crimes nas redondezas. “A gente aqui já anda com medo. A maioria dos meus colegas de trabalho anda sem celular ou com ele escondido porque sabe que é sempre perigoso. Para quem trabalha à noite é ainda pior, porque além de tudo fica esquisito”, comentou.
A reportagem tentou entrar em contato com o comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar, coronel Sena, para questionar quanto à segurança do local, contudo ele não pôde nos atender, pois estava em uma reunião.
Saiba Mais
A delegacia de homicídios pede a ajuda da população para elucidar o caso. Denúncias anônimas podem ser realizadas por meio do Disque Denúncia da Secretaria de Segurança, o 197. A ligação é gratuita, a central atende 24h e a identidade do denunciante é preservada.
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