VIDA URBANA
Famílias ainda estão no lixão de Campina
Mesmo após desativação do lixão, sem perspectiva, algumas famílias permanecem no local.
Publicado em 24/02/2012 às 6:30
Apesar da desativação do lixão de Campina Grande, que funcionava no bairro do Mutirão, onde diariamente dezenas de toneladas de lixo eram despejadas, 15 famílias ainda continuam catando vidros e metais para poder vender e garantir seu sustento. Atualmente, o lixo da cidade está sendo levado para um aterro sanitário em Puxinanã, no Agreste.
Há 40 anos trabalhando como catadora, Laura Pereira, 63 anos, conta que foi uma das primeiras pessoas que começaram a tirar o seu sustento através da reciclagem, mas que hoje não encontra solução para conseguir renda para sua família, uma vez que o projeto de reciclagem que seria realizado em um galpão ainda não está pronto.
“Aqui não tem praticamente mais nada. A gente está queimando só o que sobrou para ver se ainda consegue encontrar vidro e ferro para vender. Vai ter uma hora que tudo isso vai acabar. Só que como vai ficar a nossa vida?”, questionou a catadora que se desligou da cooperativa dos catadores do bairro do Mutirão alegando que havia muitos problemas de relacionamento.
Quando afixada a placa de fechamento do lixão, Genilson Lira, 27 anos, disse que a única alternativa que encontrou foi continuar trabalhando no local junto com o irmão. “Não tem emprego para a gente fora daqui. A prefeitura ainda está dando uma ajuda, mas para mim foi de apenas 2 meses, que eles estão pagando o aluguel da casa, uma cesta básica por mês e uma ajuda de R$ 100,00. Quando isso acabar, como que minha família vai ficar? O que ganhamos com o que restou aqui é pouco”, contou o trabalhador que chega a ganhar no máximo R$ 15,00 por dia vendendo o lixo.
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