VIDA URBANA
Famílias moram sob duas árvores
Uma idosa e uma gestante estão entre as pessoas, que dizem ser de Santa Rita e Guarabira; Sedes está acompanhando o caso.
Publicado em 14/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 23/06/2023 às 12:24
Vinte pessoas, entre elas uma gestante e uma mulher doente, estão “morando” embaixo de duas árvores do Parque Solon de Lucena, no Centro de João Pessoa. Elas são naturais das cidades de Santa Rita e de Guarabira e contam que vieram para a capital em busca de emprego, mas não encontraram.
Sem dinheiro, passaram a dormir sobre lençóis estendidos na grama e a se alimentar de peixes retirados da lagoa do parque.
A Secretaria de Desenvolvimento Social de João Pessoa (Sedes) informou que já vem prestando assistência a esses desabrigados.
Das 20 pessoas que estão morando no parque, Maria Cláudia Simplício de Oliveira é a que precisa de mais cuidados. Ela está grávida de 5 meses e conta que não está fazendo exames de pré-natal. Ao lado do marido, ela dorme dentro de uma espécie de barraca feita por lonas e sem cobertura. “Faz uns três meses que estou por aqui. Quando chove, a gente sai para ficar em algum canto coberto”, lamenta.
A alimentação é outro motivo de preocupação. Com ajuda de um fogo à lenha, os desabrigados estão consumindo alimentos doados e peixes pescados na lagoa. “A gente sabe que essa lagoa é poluída, mas não tem outro jeito. Não tem outra coisa para comer”, afirma Edmilson Francisco de Oliveira, 49 anos.
O diretor de Organização e Participação Popular da Sedes, Sandro Gomes, informou que o órgão já tem conhecimento da presença dos desabrigados no Parque Solon de Lucena. Ele disse que equipes de assistentes sociais e de psicólogos já foram ao local, mas não conseguiram retirar os moradores da rua. “Já realizamos abordagens junto a essas pessoas que estão com seus direitos violados”, declarou.
O diretor ainda acrescentou que a Prefeitura de João Pessoa dispõe de abrigos de permanência provisória para adultos, crianças e adolescentes. São locais ocupados por pessoas que estão vivendo nas ruas. “Esses serviços já foram oferecidos a esses grupos que estão no Parque Solon de Lucena.
Oferecemos alimentação, locais para guardarem seus objetos e para fazer a higiene e estamos acompanhado cada caso. Mas a situação é complicada, porque são pessoas que perderam o vínculo com a família. Estamos tentando restabelecer isso”, afirmou.
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