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VIDA URBANA

Famílias protestam nas ruas pelo direito à moradia

Protesto foi realizado por cerca de 80 famílias, que serão desalojadas em decorrência de um pedido de reintegração de posse. 

Publicado em 04/05/2012 às 6:30


Pneus queimados, pedaços de madeira espalhados pelo asfalto e muita gritaria. Este foi o cenário do cruzamento das avenidas Walfredo Leal e Princesa Isabel, no centro de João Pessoa, ontem, por volta do meio-dia. A confusão começou quando 80 famílias, que estão acampadas há 13 dias em uma área pública por trás do Parque Arruda Câmara, foram notificadas pela polícia que terão até as 18h de hoje para deixar o local.

A determinação é da justiça, em atendimento a um pedido de reintegração de posse formalizado pela Procuradoria Geral de João Pessoa. Revoltados, dezenas de moradores resolveram ocupar as ruas, em protesto. Durante quase 30 minutos, eles interditaram o trânsito, atearam fogo em três pontos diferentes do local e promoveram tumulto entre motoristas e pedestres. A manifestação acabou após a chegada da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
Os manifestantes fazem parte do Movimento Terra Livre, uma organização que luta pelo direito de moradia, em João Pessoa.

Segundo o presidente do Movimento, Sérgio de Souza, as 80 famílias estão ocupando um terreno baldio que fica próximo ao Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran), no Centro.

Ele disse que as pessoas resolveram se abrigar no local após perder as casas em decorrência das chuvas. “Não temos para onde ir. A gente vivia em áreas de risco e, agora, não tem mais onde ficar”, declarou.

O comandante da operação foi o coronel Josmam Lacerda de Albuquerque, coordenador de gerenciamento de crise de conflitos agrários e urbanos. Ele explicou que foi ao local, acompanhado por outros policiais, para comunicar aos moradores que a justiça determinou a desocupação imediata do terreno.

REINTEGRAÇÃO
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Secretaria de Habitação de João Pessoa disse que a ação de reintegração de posse foi movida pela Procuradoria Geral do Município, porque o terreno ocupado se trata de uma área de preservação ambiental. O procurador-geral, Wandalberto Carvalho, por sua vez, acrescentou que as famílias não estão desabrigadas e que resolveram ocupar o terreno para pressionar o governo a conceder casas populares.

“Todas essas pessoas envolvidas possuem casas, sejam próprias ou alugadas, e moram ao lado da Bica. A maioria está inscrita em programas de habitação popular, mas não quer esperar pelo tempo necessário até ser contemplado pela prefeitura. Não podemos aceitar isso”, afirmou.

Imagem

Jornal da Paraíba

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