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VIDA URBANA

Famílias tradicionais comemoram São João longe das badalações

Muitos optam por passar festejos na simplicidade de suas casas.

Publicado em 23/06/2016 às 18:35

Ficar sentado ao redor da fogueira junto à família contemplando a noite de São João. Esse é um costume antigo, mas que ainda resiste entre as pessoas que preferem comemorar as festividades juninas da forma mais tradicional. Sem se preocupar muito com as atrações que se apresentam no Parque do Povo, em Campina Grande, nem com a grandiosidade d'O Maior São João do Mundo, muitas famílias que vivem nas localidades vizinhas optam por passar os festejos do mês de junho na simplicidade de suas casas e acompanhadas das pessoas próximas.

Essa é a opção da dona de casa Maria José dos Santos, 53 anos, que mora no sítio Pau Ferro, em Lagoa Seca, a apenas 11km de distância de Campina Grande. Na véspera de São João, dia 23 de junho, o quintal da casa dela se transforma em um espaço de confraternização entre a família. Filhos, noras, genros, netos e agregados se reúnem ao redor da fogueira em homenagem ao Santo, mas também para conversar e dançar ao som do mais autêntico forró pé de serra, conservando um hábito que dona Maria José aprendeu com os pais e acabou perpetuando ao longo da sua vida.

O que também não pode faltar na casa de dona Maria nessa noite são as comidas típicas feitas com milho e a presença de cerca de 20 pessoas que se juntam anualmente para tornar a festa ainda mais animada. “Na véspera de São João a gente faz fogueira e convida as pessoas para ficar batendo papo, ouvindo música o tomando 'uma coisinha'. Desde que eu nasci que minha família fazia isso e eu fiquei fazendo também na minha casa. Eu já tive vontade de ir para Campina quando os padres vão se apresentar no São João, mas tenho medo da violência e acabo não indo. Na minha casa e com com minha família fico mais a vontade”, comentou.

Essa forma de comemorar o São João também está presente na vida da jovem estudante Ana Carolina Santos, 22 anos, que mora no Jenipapo. Ela é sobrinha de dona Maria José, mas passa a noite da véspera de São João na casa dela, com outra parte da família que também costuma manter viva a tradição de celebrar os festejos juninos no aconchego do seu lar. “Aqui em casa quando dá 18h a gente acende logo a fogueira, junta todo mundo ao redor dela e fica conversando, comendo e se divertindo”, descreveu a jovem ao relatar a maneira escolhida pela família dela de vivenciar o clima de São João, na simplicidade e com muita alegria.

O Maior São João do Mundo

Campina Grande já se consagrou como a cidade onde se realiza O Maior São João do Mundo, mantendo a tradição de promover um evento com 31 dias de festa e com cerca de 200 atrações para um público de milhões de pessoas. É no Parque do Povo que se concentra a maior parte da programação desse evento, que vive o seu ápice nesses dias 23, 24, 25 e 26 de junho. De acordo com o coordenador da festa, Temi Cabral, a grande missão é promover um evento que a cada ano possa juntar elementos da tradição e da modernidade para agradar a todos os públicos.

“Logo que termina uma edição nós já começamos a programar a do ano seguinte. Todos os detalhes são pensados, deste a estrutura à programação para que todos possam curtir o evento. Não podemos deixar de falar também que ele é uma forma de movimentar a cidade, principalmente nesse momento em que estamos passando por uma grande crise econômica. Os turistas impulsionam o comércio, a rede hoteleira, o que demonstra a força que esse evento tem”, ressaltou.

Análise da notícia, pela socióloga Elizabeth Lima, professora da Universaidade Federal de Campina Grande (UFCG)

"O nome 'a festa do Maior São João do Mundo' foi criado, na década de 60, por um antigo animador de quadrilhas da cidade. Anos depois, numa festa no sítio próximo à Campina, Ronaldo Cunha Lima propõe o verso: 'O São João de seu Juvino é o Maior do Mundo', para fazer menção a tão animada festa. No ano de 1982, ele já Prefeito de Campina Grande, em discurso realizado no 'Palhoção recita: 'Grande festa nordestina, forró em cada segundo, vamos fazer em Campina, o Maior São João do Mundo'. Foi assim que surgiu o termo. Além do mais, a cidade sempre teve uma certa mania de grandeza, de se pensar de maneira hiperbólica".

"O Parque do Povo é um bom exemplo de como a modernidade e tradição se encontram e se entrecruzam. Lá, as bandeiras se relacionam com os grandes bares e restaurantes comercializando produtos em espaços no formato de 'barracas juninas'. Ao lado, pode se ver uma fogueira estilizada, convivendo com quadrilhas matutas e estilizadas. Tradição e modernidade estão presentes em um ambiente que cada vez mais se torna um espaço espetacularizado, onde as marcas de uma "suposta tradição junina" do passado é revivida no presente. A festa cada vez mais se transforma em um negócio turístico e econômico para a cidade".

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Jornal da Paraíba

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