VIDA URBANA
Fernanda Ellen: um mês sem informações
Desaparecida há 30 dias, os pais ainda desconhecem o que pode ter acontecido a menina Fernanda Ellen.
Publicado em 06/02/2013 às 6:00
Em um mês marcado pelas férias estudantis, o relógio marcava 15h de uma segunda-feira não muito agitada no bairro Alto do Mateus, na capital. Naquela tarde do dia 7 de janeiro, o tempo parou para a família de uma criança de 11 anos. Na casa onde se respira saudade, a família Cabral permanece unida diante da dor causada pela ausência de Fernanda Ellen. Desaparecida há 30 dias, os pais ainda desconhecem o que pode ter acontecido à menina. O silêncio nas palavras não é o mesmo do pensamento. É com lágrimas nos olhos que eles lembram os últimos momentos de contato com a menina.
“Da área de serviço da casa dela, é possível ver meu quintal. Ela escovava os dentes na área quando a vi, lá de baixo. Falei com ela dali e ela contou que ia até a escola pegar o resultado da prova de recuperação. Isso foi dez minutos antes dela sair de casa e não voltar mais”, detalha a tia Maria da Penha Cabral. A tia lembra que o contato com a menina era diário e recorda o jeito vaidoso da estudante de 11 anos. “Ela é uma menina que gostava de se arrumar e me pedia para emprestar esmalte, maquiagem, pranchinha. Fernanda é muito cuidadosa e gostava muito de brincar com os primos, de ficar perto da família, que é bem grande”, relata.
“Pai, te cuida”, são palavras que não saem da cabeça de Fábio Júnior Cabral. O caminhoneiro que viu a filha pela última vez no dia 4 de janeiro, conta com saudade a tristeza de não poder ouvir ou dizer “eu te amo” para a sua filha mais velha. “Viajei a Belém (PA) e me despedi dela aqui na calçada de casa. Nos abraçamos forte, beijei minha filha e disse que a amava. Ela estava muito bem, ansiosa porque a família ia viajar pro Rio Grande do Norte no dia 8, mas isso não aconteceu”.
O pai revela que a menina já organizava as malas há mais de uma semana, “para não esquecer nenhum item”. Os planos iniciais da família eram de viajar ao Rio Grande do Norte nos quatro primeiros dias de janeiro. Como Fernanda tinha uma prova de recuperação marcada para o dia 3 e o resultado só sairia no dia 7, eles preferiram aguardar. “Minha filha não queria viajar antes de saber se havia passado de ano. Ela queria curtir as férias de janeiro só depois do resultado que saia na segunda-feira”, conta Fábio.
O quarto da menina permanece fechado há vários dias, e os pais disseram que preservam o local até a chegada da filha. A difícil situação enfrentada pela família começa a ser compreendida pelo irmão mais novo de Fernanda, de 3 anos. “Meu filho ainda é muito pequeno e não tem a dimensão do caso. Ainda assim, ele estranha o desaparecimento dela e comenta: “Nana tá presa.
Quem está com Nana”. É muita dor, e a polícia nos orienta para termos calma. Não sei até quando essa calma.Vou sempre na secretaria em busca de informações”, lamenta o pai.
No dia em que desapareceu, Fernanda Ellen saiu de casa apenas para ir até a escola, conforme relato da família. “Sempre que saia, ela pedia para nós a acompanharmos ou olhar ela indo. Ela ficou com a mãe e o irmão dentro de casa. Havia acordado por volta das 9h, almoçou, depois tomou banho e se arrumou até ir na escola. Decidiu ir sozinha porque falou que seria rápido”, detalha.
Na época, um vigilante do local confirmou a chegada da menina e contou que ela estava contente com o resultado favorável da prova.
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