VIDA URBANA
Focos de incêndios aumentam 315% no primeiro semestre de 2012
Dados são do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e mostram que o Estado seguiu uma tendência nacional.
Publicado em 09/07/2012 às 8:00
Só no primeiro semestre deste ano, os registros de focos de incêndio aumentaram em 315% na Paraíba em relação aos doze meses do ano passado. De janeiro a 7 de julho de 2012, foram 108 ocorrências desse tipo. Já de janeiro a dezembro do 2011, esse número não passou de 26.
Os dados são do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e mostram que o Estado seguiu uma tendência nacional. No Brasil, ocorreram 12.397 focos de incêndio nos doze meses do ano passado. No entanto, essa quantidade já foi ultrapassada nos seis primeiros meses de 2012, que somaram 19.832 casos. O aumento foi de 59,9%. Altas temperaturas, ausência de chuvas e descuido da população são as principais causas do problema.
Na Paraíba, segundo o comandante do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros, major Nazareno Oliveira, as áreas mais atingidas são as vegetações que ficam às margens das rodovias estaduais e federais e da praia de Jacarapé, Cabo Branco, Altiplano, Gramame, Cristo Redentor, Rangel e os municípios de Santa Rita, Alhandra, Pitimbu e Mamanguape.
Ele acrescenta que os focos de incêndios são causados principalmente pela imprudência de motoristas e moradores das áreas atingidas, que jogam cigarros acesos ou ateiam jogo em lixo, nas áreas ressecadas. “No ano passado, atendemos a 848 ocorrências de incêndios, 40% delas foram causadas em áreas de preservação ambiental e foram causadas pelo descuido da população”, afirmou o comandante.
De acordo com o major, atear fogo, ainda que seja em lixo, em área de preservação ambiental é considerado crime. As penas previstas em lei de multas variam de R$ 1.600 até R$ 345 mil, segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de João Pessoa (Semam/JP). A legislação também proíbe a prática de queimar lixo até em propriedades privadas. O motivo é que as queimadas causam danos ao solo, à atmosfera e à saúde das pessoas.
Além de danos ambientais, as queimadas provocadas às margens da rodovia podem pôr em risco a segurança dos veículos, porque a cortina de fumaça invade as pistas e pode atrapalhar a visibilidade dos condutores. “Mesmo em propriedade particular, é proibido atear fogo em lixo, porque o proprietário não tem condição de conter a fumaça provocada pelo fogo”, disse.
Outra consequência das queimadas, considerada ainda mais preocupante pelos especialistas, é o efeito estufa. O geógrafo e responsável pela análise dos dados climatológicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Tércio Luiz Bezerra Penha, explica que os incêndios contribuem para o acúmulo de gases prejudiciais à saúde humana na atmosfera terrestre.
Ele detalha que as queimadas liberam gases que vão se acumulando em volta da terra e bloqueando a saída do calor.
Com o passar do tempo, o acúmulo desse gás provoca o aumento da temperatura que, por sua vez, causa outras mudanças climáticas, como enchentes e secas.
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