VIDA URBANA
Fones de ouvido podem gerar perda de audição
Embora o uso dos fones tenha se popularizado há muito tempo independente da faixa etária, a situação é mais comum entre os jovens.
Publicado em 18/03/2012 às 8:17
Pelo menos 4,5 milhões de brasileiros sofrem de zumbido e uma das causas desse sintoma, que provoca uma perda degenerativa da audição, está relacionada à exposição a volumes intensos de som e também ao uso dos fones de ouvido. Os dados são da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABROL-CCF) e demonstram que cerca de 30 a 35% das perdas de audição são ocasionadas por esses hábitos nada saudáveis.
Embora o uso dos fones tenha se popularizado há muito tempo independente da faixa etária, a situação é mais comum entre os jovens, que usam e abusam dos aparelhos de mp3 e dos celulares para ouvir músicas, em ‘alto e bom som’. Muitos nem imaginam, mas os pequenos objetos, aparentemente inofensivos, podem emitir uma intensidade sonora de 100 até 110 decibéis, quando o limite máximo permitido por lei são 85.
Os problemas na audição associados aos fones de ouvido estão diretamente ligados à frequência e intensidade com que se usa o objeto. O otorrinolaringologista Marcus Sodré explica que a audição é prejudicada quando o ouvido fica exposto por muito tempo a volumes de som exagerados. “Isso causa um prejuízo para o ouvido, tanto na qualidade auditiva, quanto na quantidade que a pessoa pode escutar”, alerta. Os sintomas mais comuns que podem estar associados ao uso desordenado do objeto são o zumbido, ‘apito’, chiado, mau entendimento das palavras.
Para os médicos, o perigo dos fones está principalmente naqueles que são introduzidos no ouvido externo, como os de celular. Os objetos desse tipo lançam o som diretamente nas estruturas do ouvido interno sem nenhuma proteção e a situação piora quando o uso destes aparelhos se dá por horas a fio. Para piorar as coisas, a sensação de fadiga auditiva quando se usa o aparelho continuadamente por longo tempo faz com que a pessoa acabe por ir aumentando o volume para compensar esta sensação”, explica.
O estudante de comunicação André Luiz Maia, de 21 anos, usa os fones de ouvido desde os 13 anos, seja no celular ou no aparelho de mp3. Em meio aos ruídos do trânsito e do ambiente urbano, André garante que mantém o hábito somente no percurso para as atividades, mas já sente os efeitos negativos que podem ser consequência do uso do objeto. “Às vezes, quando estou no trânsito, coloco o som no volume máximo.
Notei que estou ouvindo um pouco menos, principalmente com o ouvido direito”, revela.
Os médicos dizem ainda que, além de contribuir para a perda da audição, outro problema é a interferência nos sentidos da atenção do paciente. Nos EUA uma pesquisa demonstrou que os acidentes graves com pedestres, que andam com fones de ouvido, triplicou nos últimos seis anos. Ou seja, um dos nossos principais sentidos de alerta acaba ficando ‘inebriado’. (Especial para o Jornal da Paraíba)
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