VIDA URBANA
Fórum de TV Digital reúne representantes de seis países na capital
Fórum teve início nesta quinta-feira (8) na Estação Ciência em João Pessoa. No 1° dia foram discutidos aplicações de interatividade na televisão digital.
Publicado em 08/03/2012 às 20:47
A abertura do Fórum Latino-Americano de Televisão Digital, nesta quarta-feira (8), reuniu representantes de pelo menos seis países, Argentina, Equador, Peru, Chile, Uruguai e Angola, no auditório da Estação Ciência Cabo Branco em João Pessoa, com o objetivo de debater aplicações práticas de interatividade na TV digital.
Para um dos representantes, o professor do Departamento de Eletrônica, Telecomunicações e Redes de Informações da Escuela Politécnica Nacional de Quito no Equador, Iván Bernal, o evento permite a troca de informações que podem concretizar a entrada da interatividade na televisão digital em toda América do Sul.
"A colaboração e a discussão das experiências de cada país pode contribuir na concretização de projetos futuros. Para nós (equatorianos), a utilização do software brasileiro ginga permitiu o desenvolvimento de programas interativos que proporcionam aos telespectadores informações sobre terremotos, erupções vulcanicas e tsunamis", comentou. O programa criado no Brasil, batizado de Middleware Ginga permite a conversão de informações de difícil acesso para grande parte da população em aplicativos acessíveis por meio da televisão digital.
Segundo Tatiana Tavares, vice-coordenadora do Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (Lavid) da UFPB, o Ginga é fruto de um trabalho feito pela UFPB e PUC do Rio de Janeiro com empresas japonesas e europeias que trabalham com interatividade através da televisão digital. "Lançamos o Ginga dez anos depois do lançamento da televisão digital, um pouco tarde, mas essa demora permitiu avaliarmos os pontos positivos e negativos vistos em outros países e organizar um programa com as características culturais brasileiras", explicou Tatiana Tavares.
Os aplicativos com interatividade ainda são vistos de maneira tímida na televisão digital brasileira, fato que segundo Tatiana Tavares deve mudar a partir de 2014, com a realização da Copa do Mundo no Brasil. De acordo com a vice-coordenadora do Lavid, a Copa, como de costume, deve estimular a compra de aparelhos eletrônicos digitais e a proximidade com 2016, ano imposto pelo governo federal para que todas as transmissões sejam feitas com tecnologia digital, deve formar uma demanda por aplicativos interativos.
"Não adianta trabalharmos em aplicativos para televisão digital se ainda não existe uma demanda. Acredito que a tendência mude com a Copa do Mundo no Brasil. Se houver público não tenho dúvidas que aplicativos para televisão digital mostrando estatísticas de partidas e tabelas de jogos sejam produzidos. O futebol faz parte da nossa cultura e será um dos pontos explorados no processo de interatividade na TV digital", avaliou Tatiana Tavares.
Assim como no Brasil, a intetatividade através da televisão digital é apenas um esboço nos demais países sulamericanos. Conforme Iván Bernal, a implantação dos programas de interatividade criados no Equador não existe previsão de acontecer. "Temos apenas um canal que oferece transmisão digital que é o canal estatal. A previsão é de que no final deste ano sejam instalados mais canais digitais de outra emissoras", completou.
O representante da televisão estatal de Angola, Alberto Lins, resume o fórum como um encontro de debates para melhorias não só do serviço de televisão digital no mundo, mas também para uma contribuição em serviços públicos. "Acredito que quando discutimos a evolução da interatividade da televisão digital, estamos contruibuindo com melhorias para população. Quem sabe se daqui a algum tempo nós poderemos estudar e até se consultar por meio desse sistema? Estamos caminhado para este quadro", comentou.
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